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Brasil teria pago propina para Rio ser escolhido como sede olímpica

A investigação vem sendo realizada pela França e aponta empresa do brasileiro Arthur Cesar Menezes e governo de Sérgio Cabral envolvidos no caso olímpico

Da AE
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Publicado em 03/03/2017 às 9:16
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A investigação vem sendo realizada pela França e aponta empresa do brasileiro Arthur Cesar Menezes e governo de Sérgio Cabral envolvidos no caso olímpico - FOTO: Divulgação
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O Ministério Público Financeiro da França encontrou indícios concretos de corrupção envolvendo a escolha do Rio de Janeiro para ser sede olímpica dos Jogos de 2016. Três dias antes da escolha, em outubro de 2009, em Copenhague, foi feita transferência de US$ 2 milhões para a família de Lamine Diack, então presidente da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) e membro do Comitê Olímpico Internacional (COI). A tramitação foi realizada por empresas do brasileiro Arthur Cesar de Menezes Soares Filho, que havia firmado contratos de prestação de serviços com o governo de Sérgio Cabral.

Uma primeira transferência de recursos US$ 1,5 milhão foi realizada em 29 de setembro de 2009 entre a Matlock Capital Group, empresa de Arthur Soares com sede em Miami, nos Estados Unidos, e a Pamodzi Consulting, empresa de Papa Massata Diack, filho de Lamine Diack, então presidente da IAAF e membro do COI. Uma segunda transferência, de US$ 500 mil, também proveniente da mesma empresa, beneficiou uma conta de Papa Diack na Rússia. As informações fazem parte de uma ampla investigação realizada pelo MP Financeiro em Paris sobre suspeitas de corrupção na atribuição de Jogos Olímpicos.

INVESTIGAÇÃO

Segundo informações reveladas pelo jornal Le Monde, o brasileiro Arthur Soares é um dos pivôs da apuração realizada sobre a atribuição dos Jogos para o Rio. O empresário é considerado grande amigo do ex-governador do Rio Sergio Cabral, preso pela Polícia Federal em meio à Operação Lava Jato em 17 de novembro e réu por corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro e pelo desvio de R$ 224 milhões em recursos públicos. Durante as gestões do ex-governador do PMDB, o Grupo Facility, então principal companhia de Arthur Soares, chegou a ser o maior prestador de serviços privado do Estado do Rio, somando contratos da ordem R$ 3 bilhões.

Ao lado do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cabral foi uma das principais autoridades da comitiva brasileira presente nas cerimônias de votação da cidade-sede dos Jos Olímpicos de 2016, realizada na capital da Dinamarca.

 

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