RIO 2016

Objeto olímpico: bafômetro do tiro com arco

Como na estrada, um bafômetro é responsável pela aplicação da lei nos Jogos Olímpicos.

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Publicado em 06/08/2016 às 9:54
Foto: Jewel SAMAD / AFP
Como na estrada, um bafômetro é responsável pela aplicação da lei nos Jogos Olímpicos. - FOTO: Foto: Jewel SAMAD / AFP
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Beber ou atirar, é preciso escolher: impossível participar na competição de tiro com arco com álcool no sangue. E, como na estrada, um bafômetro é responsável pela aplicação da lei nos Jogos Olímpicos.

"É uma pequena caixa, tão grande quanto um maço de cigarros, com pontas intercambiáveis e um leitor digital em cima", declarou Jean-Charles Valladont, o Nº. 1 francês, quarto arqueiro campeão mundial e atual campeão da Europa.

"É parecido com o aparelho utilizado pelos agentes durante um controle rodoviário", acrescenta. "O atleta assopra por 5-6 segundos até que haja um sinal sonoro. Após o sinal sonoro, há uma análise pela máquina que anuncia o nosso nível de álcool no sangue. O mesmo tem de ser zero".

E, como na estrada, em caso de nível acima do permitido, um exame de sangue está previsto.

A proibição do álcool vale "da primeira flecha de treinamento oficial, de modo que desde a véspera da competição, e até o pódio", explica o arqueiro.

"Não temos o direito de ter álcool no sangue. Também corremos o risco de sermos controlados no meio da noite ou no meio da semana, mesmo que não tenhamos prova no dia seguinte."

Autorização fora de competição

World Archery, a Federação Internacional de tiro com arco, é rigorosa. O esporte é praticado unicamente em jejum de álcool.

E não é por qualquer questão de segurança, mas principalmente para lutar contra uma forma de doping, relacionado ao lado desinibidor e relaxante do álcool.

"No tiro com arco, o álcool é proibido em competição, porque ele pode melhorar o nosso desempenho", declara Valladont. "Claro que quando você tem quatro miligramas de álcool no sangue não vai tentar disparar uma flecha no meio do alvo, mas se tiver uma pequena quantidade de álcool, ele permite inibir tudo o que está acontecendo ao seu redor, incluindo o estresse. Tudo isso ajuda a ser um pouco mais eficiente".

Felizmente para a equipe da França, o álcool não é proibido fora de competição.

"Minha irmã é viticultora, meu pai sempre produziu vinho. Este é o hobby de meu pai, temos uma pequena vinícola em Doubs. Então, obviamente, eu fui acostumado a beber vinho, é parte da minha educação", afirma Valladont.

"Eu gosto de beber um pouco, desfrutar de boas garrafas de vinho. Tenho muitos vinhos em casa, porque sou um grande fã", conta.

"Felizmente nós não somos proibidos de beber álcool, caso contrário eu não teria escolhido o tiro com arco", afirma o atleta, apaixonado pela caça e pesca. "Isso não faria parte do meu estado de ser, do meu modo de vida ".

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