Rio 2016

Brasil consegue 6º lugar inédito na ginástica por equipes masculina

Resultado é o melhor da história da ginástica do Brasil tanto para homens quanto para mulheres.

AFP
Cadastrado por
AFP
Publicado em 08/08/2016 às 18:57
Foto: Ben STANSALL / AFP
Resultado é o melhor da história da ginástica do Brasil tanto para homens quanto para mulheres. - FOTO: Foto: Ben STANSALL / AFP
Leitura:

Atualizada às 21h49

O Brasil emocionou nesta segunda-feira o público presente na Arena Olímpica do Rio, lutando de igual para igual na final da competição de ginástica por equipes e terminando na 6ª colocação geral, um feito inédito para o país, que jamais havia chegado à decisão na modalidade.

Apesar do impressionante crescimento do país no esporte nos últimos anos, ainda não deu para superar as maiores e tradicionais potências mundiais da ginástica.

O Japão atual campeão mundial, conquistou o ouro com pontuação geral de 274.094 pontos, graças à apresentação impecável no solo de Kenzo Shirai, exercício no qual é o melhor do mundo, e sua nota 16.133.

Os japoneses acabaram com a supremacia da China em Jogos Olímpicos, campeã em Pequim-2008 e Londres-2012.

A prata ficou com a surpreendente Rússia (271.453), que superou os chineses no último aparelho, o solo. Com isso, a China desceu dois degraus no pódio em relação aos Jogos de Londres, somando (271.122), apesar da grande performance de Hao You, campeão mundial nas barras paralelas e autor de uma apresentação nota 16.166 no aparelho, a maior do dia entre todas as modalidades.

A participação do Brasil na final por equipes por si só pode ser considerada uma façanha, já que esta foi a primeira vez que o país teve o time completo na competição em Olimpíadas e a pontuação de 263.728, que valeu o 6º lugar, é algo a comemorar.

Arthur Zanetti, Diego Hipólito, Sergio Sasaki, Francisco Barretto e Arthur Nery ficaram à frente de Alemanha (7ª) e Ucrânia (8ª).

 

- Zanetti levanta público nas argolas -

Vale lembrar as regras da disputa por equipes na ginástica: na decisão, três ginastas por país se apresentam em cada aparelho e todas as notas são somadas.

Para o Brasil, Zanetti competiu somente na prova de argolas, enquanto Diego Hypolito as de solo e salto. Francisco Barreto competiu nas argolas, paralelas, barra fixa e cavalo com alças, e Sergio Sasaki esteve no salto, paralelas, barra fixa, solo e cavalo com alças. Arthur Nory se apresentou os seis aparelhos.

Na primeira rotação, os brasileiros foram agraciados com as argolas, de cara uma de suas especialidades, liderados, claro, por Zanetti, atual campeão olímpico e campeão mundial do aparelho em 2013 e vice em 2011 e 2014.

Ovacionado pelo público, o paulista não decepcionou. Com mais uma ótima apresentação, mas de grau não tão alto de dificuldade, o queridinho da torcida elevou a nota geral do Brasil com um 15.566, colocando a equipe na terceira colocação geral após o primeiro aparelho. A Arena tremeu com o barulho da torcida ao anúncio da pontuação!

O bom início brasileiro na competição se estendeu ao segundo exercício, o salto. Diego Hypolito abriu a série com uma nota 14.888. Artur Mariano e Sergio Sasaki, porém, foram ainda melhores, recebendo dos juízes notas 15.066 e 15.133, respectivamente. 

No geral, o Brasil aparecia em 4º lugar após dois aparelhos, com 89.364 pontos no total. Japoneses e chineses, porém, as duas maiores potências do esporte na atualidade e que tiveram inícios ruins no solo e no cavalo com alças, respectivamente, apareciam atrás dos brasileiros na classificação, algo insustentável.

Nas barras paralelas, Arthur Nory e Francisco Barreto tiraram a mesma nota em apresentações regulares (14.700) e Sasaki fechou o aparelho recebendo um 15.133 que manteve o Brasil no 4º lugar e o sonho do pódio vivo.

- Fim do sonho, mas público reconhece feito -

Na barra fixa, o Brasil foi com a mesma formação. Nory foi novamente responsável por abrir a série e recebeu ótimos 14.933, enquanto Barretto mostrou que não pegou final individual no aparelho à toa, arrancando 15.166. Sasaki fechou com 14.566 e o público não concordou: sonora vaia para os jurados!

Apesar da nota baixa atribuída a Sasaki, o Brasil se manteve na 4ª colocação a apenas 0.48 pontos de distância da 3ª colocada Grã-Bretanha.

No penúltimo exercício, o solo, saiu Francisco Barretto e entrou Diego Hypolito. Sasaki foi o primeiro a se apresentar, mas acabou cometendo o primeiro erro do Brasil, caindo no início da série e recebendo 12.100, a pior nota da equipe até então.

Nory tentou alçar a equipe, mas pisou fora e recebeu 14.500. Coube a Diego Hypolito salvar o Brasil no exercício, sua especialidade. O 15.133, porém, não foi suficiente e a equipe caiu na tabela para o 6º lugar, de onde não sairia mais, fora da briga pelo pódio.

No último aparelho, o cavalo com alças, já sem a pressão de brigar por medalha, Sasaki tirou 14.633, Nery fez 14.400 e Barretto fechou com 14.400, notas baixas em relação às outras equipes.

Quem ouviu os aplausos para a equipe brasileira ao fim da competição, porém, acreditaria que o ouro era verde e amarelo. Nada disso. Era apenas o público demonstrando sua gratidão aos ginastas brasileiros, que proporcionaram uma tarde mágica na Arena do Rio e fizeram o Brasil sonhar com um futuro pódio na modalidade.

Últimas notícias