Série A

Jornalistas do SJCC analisam falhas no planejamento do Santa Cruz

Vice-lanterna da Série A, Tricolor do Arruda precisa de um milagre para escapar do rebaixamento

Diego Toscano
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Diego Toscano
Publicado em 11/10/2016 às 7:43
Diego Nigro/JC Imagem
Vice-lanterna da Série A, Tricolor do Arruda precisa de um milagre para escapar do rebaixamento - FOTO: Diego Nigro/JC Imagem
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Precisando de sete vitórias e um empate nos próximos nove jogos para chegar a margem de segurança de permanência na Série A, o Santa Cruz terá que fazer um milagre para não ser rebaixado para a Segundona do Campeonato Brasileiro. Após o título do Pernambucano e o inédito troféu da Copa do Nordeste, o Tricolor do Arruda pode fechar a temporada de forma melancólica. Mas o que deu errado no planejamento do Santa do primeiro para o segundo semestre?

Para achar respostas, profissionais do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC) explicaram em três fatores a derrocada dos tricolores no ano. São eles: falta de reforços e contratações erradas, problemas financeiros, com bloqueio de cotas e atrasos de salários, e a demora para substituir o técnico Milton Mendes.

“O Santa Cruz subdimensionou a Primeira Divisão. Achou que o degrau era do mesmo porte dos anteriores, quando obteve os acessos. Errou. Da Série B para a Série A existe uma muralha. E o tricolor não soube escalar”, explicou Carlyle Paes Barreto, colunista do JC.

CONTRATAÇÕES E RENOVAÇÕES

Para Carlyle, a manutenção da maioria das peças que colocou o Santa Cruz na elite do futebol brasileiro após 10 anos prejudicou. “Manter quase todo time titular que jogou a Segundona foi errado. Depois do título estadual e do Nordestão, o Santa pensou que teria grupo suficiente para disputar com os melhores. Errou de novo”, disse.

Após começar a Série A com tudo, sendo inclusive líder da competição por duas rodadas, o Santa entrou em queda livre. Quando isso aconteceu, as contratações para fazer o time reagir não surtiram efeito. 

“O clube errou ao ter excesso de zelo nas contratações. A falta de dinheiro fez a direção contratar com cautela, o que trouxe alguns jogadores de qualidade abaixo da Série A. Os títulos do Pernambucano e Nordestão também prejudicaram o Santa Cruz. Mascararam a qualidade da equipe. Assim, o Santa Cruz demorou para contratar as peças que realmente precisava”, ressalta Thiago Wagner, repórter do Blog do Torcedor, do NE10.

PROBLEMAS FINANCEIROS E MILTON MENDES

Além das falhas dentro do campo, os problemas financeiros rondaram os bastidores do Tricolor do Arruda no segundo semestre. Hoje, o clube deve quase três meses de salários para comissão técnica e jogadores. Além disso, teve bloqueadas cotas de televisão e da Conmebol (Sul-Americana) por passivos trabalhistas de gestões passadas.

“O Santa perdeu o controle sobre o passivo trabalhista, permitindo o bloqueio das receitas do clube”, frisou Fábio Mendes, repórter do Replay, da TV Jornal, que também afirmou que a demora para trocar o técnico Milton Mendes foi fundamental para a queda.

“A direção tricolor perdeu o ‘timing’ pra tirar Milton Mendes, que já não conseguia extrair do grupo. Quando a mudança foi feita, já era tarde para Doriva dar uma outra cara ao time e indicar os próprios reforços.”

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