Salários atrasados mais uma vez 'rebaixaram' o Santa Cruz

Grande responsável por equilibrar as contas do Santa Cruz na segunda gestão de Antônio Luiz Neto, entre 2013 e 2014, Alírio Moraes e toda a sua diretoria tiveram uma segunda metade de mandato com muitas complicações financeiras. E isso afetou diretamente os resultados dentro de campo, apesar dos esforços dos elencos e dos funcionários em honrar a camisa do Santa. Hoje, o Santa deve quase três meses de salários ao atual elenco, que foi rebaixado matematicamente neste sábado (11), na derrota para o Boa Esporte, na 35ª rodada da Série B.

No ano passado, o clube terminou a temporada devendo até quatro meses a boa parte do plantel. Até por isso, teve que se reestruturar completamente, já que apenas três atletas decidiram renovar seus contratos. A questão dos funcionários é ainda mais dramática. Segundo apurado pelo JC, os débitos chegam a mais de um semestre para vários setores, do administrativo a limpeza.

Atualmente, o Tricolor do Arruda sofre com questões judiciais. Desde o final do ano passado, o Santa tem cotas de televisionamento bloqueadas pela Justiça do Trabalho por processos de gestões anteriores. Sempre que consegue desbloquear uma verba, outra ação aparece e dificulta a vida do advogado Alírio Moraes.

“A gestão tem que ser julgada pelo que produziu como um todo. Não podemos ser criticados só por força de um ano com quase 100% de cotas bloqueadas, afastamento do patrocinador e de um cenário econômico de muita dificuldade. Estou sacrificado financeiramente porque impus um peso na presidência, e isso se traduz em prejuízo nas minhas relações profissionais e familiares. Acabei assumindo pagamentos do clube, segurando do meu bolso. Com isso, o padrão de vida cai e você fica com uma série de limitações, ditadas pelas broncas do clube. Se era um problema do Santa, era meu também”, explicou Alírio.

TRANSPARÊNCIA

Sobre os recursos dos três anos da sua gestão, Alírio deixou bem claro que, ainda em novembro, entregará um balancete com toda a parte financeira do clube entre 2015 e 2017 para o Conselho Deliberativo, torcida e imprensa. “Vamos esclarecer quanto recebemos, o que foi pago e quanto dos recursos pessoais foram colocados na gestão”, finalizou o presidente.