Série A

Cambistas fazem a festa na Ilha do Retiro

Sem qualquer receio de punição, muitos cambistas vendiam com ágio de 60% bilhetes para Sport x São Paulo

ALEXANDRE ARDITTI
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ALEXANDRE ARDITTI
Publicado em 17/07/2015 às 20:30
André Nery/JC Imagem
Sem qualquer receio de punição, muitos cambistas vendiam com ágio de 60% bilhetes para Sport x São Paulo - FOTO: André Nery/JC Imagem
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Uma verdadeira farra dos cambistas, nesta sexta (17/7), nos arredores da Ilha. Sem qualquer receio de punição, a menos de 20 metros de uma viatura da PMPE, cerca de 30 deles vendiam ingressos ilegalmente para Sport x São Paulo na Arena PE, domingo (19/7), pela 14ª rodada do Brasileirão, com até 60% de ágio. Muitos ofereciam entradas para sócios e para setores que estavam esgotados desde a véspera.

No fim da manhã da quinta (16/7), alguns torcedores que aguardavam na fila se revoltaram com a ação de um cambista e o agrediram. O caso não intimidou outros contraventores, que andavam com bolos de ingressos nas mãos e abordavam as pessoas sem o mínimo pudor.

“O cambista é uma praga histórica no futebol pernambucano, que deveria ter sido erradicada pelas autoridades há anos. Deixei meu carro no estacionamento do Extra e vim caminhando até aqui na bilheteria. Cerca de dez cambistas me abordaram. É absurdo”, disse o corretor de seguros Jalison Lopes.

Um cambista aceitou falar com a reportagem do JC. Biu, como se apresentou, mostrou quase 40 ingressos na carteira, inclusive para sócios. Defendeu o trabalho dizendo que não obriga ninguém a comprar com ele e explicou como consegue acesso a tantas entradas. “Alguns funcionários da bilheteria nos conhecem. Aí vendem em boa quantidade. Depois, adiantamos uma ‘dose’ para eles”, contou.

A diretoria do Sport foi procurada para falar sobre o assunto. Coube ao CEO leonino, Leonardo Estevam, dar os esclarecimentos. Disse que os funcionários que estavam nas bilheterias ontem eram subordinados à Arena PE e que o Sport vem tomando medidas preventivas para evitar a ação dos cambistas, mas que cabe a PM fazer a repressão. Já a Arena afirmou que a fiscalização no ato da venda é de responsabilidade do clube. 

“Estamos num esforço constante de aprimoramento de nossos canais de venda, mas isso leva tempo e esperamos que, para o combate imediato, as instituições que possuem poder de polícia nos ajudem, visto que o Sport também é vítima nesse processo. Quando um cambista vende a um torcedor, o clube perde a oportunidade de agregar essa margem”, afirmou o CEO.

A PM foi questionada pela falta de ação de seus soldados em frente à Ilha. Por e-mail, respondeu de forma superficial e sucinta: “Nos casos de flagrante de venda de ingressos por cambistas, estes serão conduzidos para a delegacia para autuação”.

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