ENTREVISTA

Rithely critica a diretoria anterior do Sport: 'amadora'

Volante afirmou que os dirigentes não lhe passavam nada a respeito das ofertas que chegavam

JC Online
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Publicado em 13/03/2018 às 8:09
Foto: Alexandre Gondim/ JC Imagem
Volante afirmou que os dirigentes não lhe passavam nada a respeito das ofertas que chegavam - FOTO: Foto: Alexandre Gondim/ JC Imagem
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Após sete temporadas, Rithely está se despedindo do Sport para jogar pelo Internacional. Em entrevista ontem ao SJCC, o volante explicou a sua saída do clube, criticou a diretoria anterior na condução das negociações - chamou de amadora -, além de declarar que o presidente Arnaldo Barros lhe faltou com a palavra. O jogador também aproveitou para agradecer o carinho da torcida durante o período que vestiu a camisa rubro-negra.

MÁGOA

Não tenho mágoa nenhuma do clube. Se for pesar na balança as coisas boas e as ruins, as boas foram bem maiores. Espero voltar um dia, sim. Mesmo tendo começado no Goiás dos 18 aos 20 anos, clube que tenho um enorme carinho, mas foi no Sport que fiquei conhecido nacionalmente. Por isso, tenho uma gratidão enorme. Isso não é um adeus, mas um até logo.

SAUDADE

Como a BR-101 está em obras, eu estava indo para o CT pela PE-15. Mas no último dia resolvi voltar pela BR, caminho que sempre fazia, e voltei lembrando de tudo o que passei. Comecei a chorar no carro. Foram sete anos fazendo esse caminho. Entrei na avenida Recife e relembrando das coisas, dessa cidade que me acolheu, do povo que me recebeu muito bem. Não tem como não se emocionar. Fiz vários amigos e vou sentir saudade de tudo.

EQUÍVOCO

Essa minha saída poderia ter sido de maneira mais clara e limpa. A maneira como a antiga direção conduziu o negócio foi amadora. Em nenhum momento me comunicaram de nada. Não me diziam o que estava acontecendo. Sempre ouvia por outras pessoas. Isso ocasionou um desgaste comigo e com a torcida. Nunca me falaram a verdade. Quando chegaram as primeiras propostas do Internacional e do Atlético-MG, simplesmente disseram que não iriam me vender e que eu ficaria. Sempre me trataram assim.

PRESIDENTE

Arnaldo Barros sentou comigo e conversamos, na época que surgiu a especulação de eu ser convocado pra seleção, no amistoso contra a Colômbia, no Rio de Janeiro, que só foram chamados jogadores que atuavam no Brasil. Ele me deu a palavra que não iria me negociar naquele momento, mas que se no meio do ano ou no final da temporada chegasse uma proposta iria me negociar. Deu a palavra dele. Diante disso, renovei o meu contrato até 2022. Chegou o final do ano passado, em dezembro, quando tiveram propostas por mim, e ele não me deu um telefonema. Não falou nada sobre o acordo.

NEGOCIAÇÃO

Pelo momento e por tudo o que aconteceu, acho que acabou sendo bom para ambas as partes. Claro que poderia ter vindo coisa melhor, em propostas recebidas em anos anteriores. Algumas foram bem melhores financeiramente, pois era de compra. Mas os diretores na época não quiseram fechar negócio. Apesar disso, acho que nesse acordo foi vantajoso pra todo mundo. Serei emprestado, vai entrar dinheiro para o clube e ainda virão jogadores.

MAGRÃO

É um dos caras mais humildes que conheci. Quando tinha decisão e a gente ia para os pênaltis, ele falava pra fazermos a nossa parte porque pelo menos duas penalidades ele iria pegar. E ele ia lá e pegava. No dia seguinte, Magrão era o cara nos programas de TV, nos jornais, e ele chegava no treino normal, como se nada tivesse acontecido. Ele é sensacional. Fenômeno.

DURVAL

O seu Durval é o nosso Xerifão. Outro cara incrível. Desde que ele retornou ao Sport, em 2014, ele sempre nos falou para conquistarmos as nossas coisas. Que o Sport era gigante, mas que tinha de pensar mais alto. Arrebentar aqui para que outra equipe de fora tivesse o interesse de nos contratar e construir uma carreira bacana. Ele mesmo fez isso, arrebentou no Sport, foi para o Santos, conquistou títulos lá e depois voltou.

TORCIDA

A torcida do Sport é incrível. Ela cobra na derrota, mas apoia bastante o time. Em algumas vezes, quando estávamos perdendo em casa e fazíamos o gol aos 30 minutos do segundo tempo, o estádio vinha abaixo. Sabíamos que o 12º jogador tinha entrado em campo. Isso fazia a diferença. Agradeço por tudo nesses anos que estive aqui. Títulos importantes... Pernambucano e Copa do Nordeste de 2014, momentos bons que vivi. Ano passado, na semifinal do Nordestão contra o Santa Cruz, senti muito felicidade ao passar de fase. Me expressei como um torcedor que ama o clube. Espero ter feito o meu melhor em campo e sou grato por todo o carinho que aqui recebi.

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