COPA DO BRASIL 2008

Alício Pena Jr relembra das polêmicas na final da Copa do Brasil 2008

Após 10 anos, árbitro mineiro segue com a opinião de que não houve pênalti de Magrão em Acosta

Filipe Farias
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Filipe Farias
Publicado em 11/06/2018 às 9:04
Foto: Arnaldo Carvalho/ JC Imagem
Após 10 anos, árbitro mineiro segue com a opinião de que não houve pênalti de Magrão em Acosta - FOTO: Foto: Arnaldo Carvalho/ JC Imagem
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“Aquele lance de um possível tiro penal (em cima de Acosta, aos 42 minutos do segundo tempo) nem passou perto de ter havido um pênalti. Mantenho a mesma decisão da época da partida”. Apesar da convicção do agora ex-árbitro Alício Pena Júnior, por um instante, a Ilha do Retiro se calou. O medo de ver o título da Copa do Brasil de 2008 escapar nos minutos finais da decisão tomou conta. Porém, o lance seguiu. O placar de 2x0 foi mantido. E o apito que voltou a soar foi para encerrar a decisão.

Quando foi escolhido para arbitrar a grande final da Copa do Brasil de 2008, o mineiro Alício Pena tinha consciência que lances polêmicos, que poderiam influenciar diretamente no placar, poderiam acontecer. Por isso, era necessário uma preparação especial para chegar na melhor condição possível para a grande final. “Assim que fomos sorteados, eu e meus assistentes já fomos providenciar as passagens e reservar um hotel afastado do Recife, justamente para fugir da muvuca dos torcedores”, falou o ex-árbitro.

Por mais que tivesse 40 anos (na época) e já ostentando o escudo da Fifa há seis anos, o mineiro sabia que àquela final seria diferente de todas as partidas que já tinha apitado. Na ocasião, a pressão em cima da arbitragem era enorme. Os dias que antecederam à decisão só serviram para acirrar ainda mais os ânimos entre Sport e Corinthians. “Todo clima que envolveu àquela final foi bem pesado. Criaram uma atmosfera de guerra entre Sudeste x Nordeste. A gente (arbitragem) sabia que para fazer um bom trabalho tinha de superar todas as situações criadas pela imprensa e pela torcida”.

Apesar de todos os fatores externos, Pena Júnior garante que procurou ficar alheio a tudo e focar apenas no seu trabalho. “Eu já tinha apitado os dois jogos das semifinais entre Sport x Vasco. No Rio de Janeiro e no Recife. Com essa configuração, eu já sabia que tinha a possibilidade de concorrer ao sorteio. Por isso, me preocupei em assistir ao primeiro jogo da final, em São Paulo, já pensando na volta. Quando cai no sorteio, só procurei analisar as características das duas equipes e dos jogadores”, revelou.

SITUAÇÕES ADVERSAS

Esse estudo prévio foi fundamental. Com a bola rolando na Ilha do Retiro, Alício teve muito trabalho. Mas conseguiu se sair bem e conduziu a partida com pulso firme até o término. “Apesar de comentarem sobre o lance do pênalti até hoje, eu só tomei conhecimento da reclamação (do Corinthians) depois do jogo. O jogador corintiano (Acosta) teve a chance de concluir a gol e não conseguiu. Magrão saiu e disputou a bola sem infração nenhuma. Lance normal”, disse com convicção, mesmo após dez anos da jogada.

Para o árbitro, outras situações foram mais difíceis de apitar. “O lance do primeiro gol (Carlinhos Bala) houve uma reclamação de impedimento, mas foi legal. Também tiveram as duas expulsões. Principalmente a do lateral-esquerdo do Corinthians (Wellington Saci), porque naquela situação você expulsa os dois, mas eu não estaria fazendo justiça. O certo seria punir com amarelo o jogador do Sport (Carlinhos Bala) e expulsar o do Corinthians. E assim foi feito”.

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