O vai e vem nas ladeiras de Olinda começou cedo, nesta sexta-feira (13), com gente chegando dos quatro cantos do mundo, de mala e cuia, para se instalar nas casas alugadas durante o Carnaval. Em todas as ruas da Cidade Alta viam-se pessoas a carregar colchões ou arrastando malas no calçamento irregular e nas calçadas estreitas. Outros usavam o GPS do smartphone, comodidade dos tempos modernos, para tentar se localizar no sítio histórico. Mas ninguém fez uma queixa sequer. Todos já estavam devidamente contagiados pelo vírus da folia.
A Rua do Bonfim era um dos endereços mais procurados pelos “moradores” temporários. Uma única casa abrigou um grupo de mais de 50 pessoas de várias partes do País. Diferenças de cor, credo e orientação sexual são devidamente equacionadas nesse período e a convivência de quem acabou de se conhecer parece perfeita. “Não tem como ir para outro lugar no Carnaval. Aqui é sensacional”, diz o analista de sistemas carioca Diego Marim.
Um dos assuntos mais polêmicos desse Carnaval, a proibição das casas-camarote no perímetro da folia, não despertou nenhuma reação negativa nos visitantes. Muito pelo contrário. “Essa coisa de colocar som nas casas descaracteriza o Carnaval e desvirtua a proposta da festa em Olinda, que é de ficar todo mundo junto”, acredita o turista sergipano Filipe Alves.