A tarde e o começo da noite desta segunda-feira de Carnaval foram dos blocos líricos de pau e corda. Eram maioria no Bairro do Recife. Mas a diversidade era tanta no coração do Carnaval recifense que a cada rua o folião encontrou um grupo diferente, tocando um som idem. Teve ciranda na Avenida Rio Branco, com as Conxitas, frevo na Rua da Guia levado pela olindense Ceroula, maracatu na Marques de Olinda com o grupo Rugido do Leão, Reisado Imperial na Rua da Moeda.
“Gosto de vir ao Recife Antigo porque é tranquilo. Prefiro o dia que tem os blocos líricos, as fantasias são bonitas”, destacou a dona de casa Alcione de Lima, 57 anos, moradora de Jardim Atlântico, em Olinda. Para não perder nenhum grupo - foram 15 que se apresentaram no Marco Zero - ela ficou bem pertinho do palco, colada na grade que divide o espaço do público.
Cordas e Retalhos, um dos blocos que desfilou, homenageou o Teatro do Parque, fechado para reforma há mais de quatro anos e que completa um centenário em 2015. Perto de fazer também cem anos - são 95 este ano - o Bloco das Flores lembrou da escritora Clarice Lispector, que nasceu em 1920, mesmo ano de fundação da agremiação.