A investigação francesa sobre a queda do avião da Air France no Oceano Atlântico, em 2009, concluiu que uma combinação de erros de pilotos mal treinados e problemas no equipamento causaram a tragédia, que matou todas as 228 pessoas a bordo.
O relatório final sobre o voo 447, que ia do Rio de Janeiro para Paris, lista "fatores técnicos e humanos" que estiveram por trás do acidente. Após três anos de investigação, o Bureau d'Enquêtes et d'Analyses (BEA), agência de segurança da aviação civil da França, recomenda melhor treinamento de pilotos e regras de certificação de aviões mais estritas.
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Em uma decisão fatal, diz a agência, um dos copilotos empinou o nariz do Airbus 330 para cima quando o avião começou a perder sustentação - em vez de para baixo, como deveria - por causa de dados errôneos sobre a posição do avião vindos dos sensores. A tragédia aconteceu durante a noite, em meio a uma tempestade.
O investigador chefe do caso, Alain Bouillard, disse que os pilotos não entenderam que o avião estava em estol (perdendo sustentação). Ele afirmou que apenas uma tripulação experiente e com claro entendimento da situação poderia ter estabilizado o avião naquelas condições. "Nesse caso, a tripulação estava em um estado de perda quase total do controle", afirmou Bouillard.
Robert Soulas, pai de uma das 228 vítimas, afirmou que os investigadores franceses disseram que o sistema indicou a "informação errônea" de que o avião estava mergulhando, "e, portanto, para compensar, o piloto acelerou para faze-lo subir". O Airbus, no entanto, estava em estol. Nesta situação os pilotos são instruídos a manobrar de forma que o nariz do avião aponte para baixo. Mas, como pensou que estava mergulhando, piloto apontou a aeronave para cima.
Barbara Crolow, uma alemã que perdeu o filho no acidente, disse que está "desapontada", pois acha que o relatório foca demais no erro humano. O piloto Gerard Arnoux defendeu as ações dos comandantes do Air France: "Um piloto normal, em uma companhia aérea normal, segue os sinais do sistema, que diz para ir para esquerda, direita, para cima ou para baixo". As informações são da Associated Press.