saúde pública

Universitária morre na fila por leito do SUS

Dryelli Carla Alves de Brito, de 22 anos, acabou morrendo, enquanto aguardava pela internação para se tratar de uma colecistite aguda calculosa

da Agência Estado
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da Agência Estado
Publicado em 27/07/2012 às 21:33
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Mais duas pessoas morreram enquanto aguardavam na fila, deitadas em macas, por leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) no Pronto-Socorro Central de Bauru (PSC), no interior de São Paulo. As mortes ocorrem há mais de um ano. Entre maio e junho do ano passado, por exemplo, 30 pessoas morreram enquanto esperavam, improvisadas no PSC, por vagas de internação.

Na quinta-feira (26), 47 pessoas esperavam, sem sucesso, pelas vagas. Entre elas, estava a universitária Dryelli Carla Alves de Brito, de 22 anos, que acabou morrendo, enquanto aguardava, havia três dias, pela internação para se tratar de uma colecistite aguda calculosa (inflamação e cálculos na vesícula). A universitária entrou no sistema no dia 22, num posto de saúde de bairro, e havia três dias que esperava internação, deitada numa maca no corredor do PSC. No dia 24, seu estado se agravou, mas quando conseguiram a transferência para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Promissão, cidade a 122 quilômetros de Bauru, já era tarde. A moça morreu sem que fosse transferida.

Na segunda-feira passada (23), o aposentado Antonio Toledo, de 76 anos, já tinha morrido após aguardar por quatro dias uma vaga numa UTI. Ele entrou no sistema no dia 19 e no dia 23 ele morreu com sintomas de síndrome respiratória grave, sem que a vaga fosse disponibilizada. Enquanto os pacientes morrem, as autoridades de saúde trocam acusações, acusando umas às outras pelas mortes. O município acusa o governo do Estado, gestor do serviço, de não conseguir disponibilizar as vagas a tempo. Já a Secretaria da Saúde nega qualquer responsabilidade pelas mortes, afirmando que o município não faz os pedidos corretamente e que nos dois casos, as vagas foram liberadas conforme os pedidos feitos.

O diretor do PSC, Luiz Antônio Sabbag, disse que outras mortes já ocorreram e novas deverão acontecer devido ao mesmo problema. Nesta sexta-feira, 25 pessoas aguardavam por internações sem que houvesse leitos para todas elas.

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