Afastamento

PM afasta oito policiais que estavam em ação que matou menino no Alemão

A comunidade possui uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) desde 2012

Da Folhapress
Cadastrado por
Da Folhapress
Publicado em 07/04/2015 às 18:15
Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil
A comunidade possui uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) desde 2012 - FOTO: Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil
Leitura:

A Polícia Militar do Rio afastou oito policiais que participaram da ação que resultou na morte do menino Eduardo de Jesus Ferreira, 10. A criança morreu na quinta-feira (2) após ser atingida na cabeça por um tiro de fuzil no Complexo do Alemão, zona norte do Rio. A comunidade possui uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) desde 2012.

A medida preventiva, tomada pela corporação, envolve policiais que teriam participado diretamente ou indiretamente da morte de Eduardo Ferreira. Os agentes da Divisão de Homicídios que investigam o caso têm informações de que cinco policiais estavam próximo ao local onde o menino caiu morto.

Dos cinco PMs investigados por participação direta na ação, dois são lotados na UPP Nova Brasília e os outros três no Batalhão de Choque. Todos já prestaram depoimento à polícia. Ao todo, a Divisão de Homicídios já ouviu 16 pessoas, sendo 11 policiais.

Nesta manhã de terça-feira (7), a Polícia Militar reiniciou a ocupação do Complexo do Alemão. Policiais dos batalhões com Cães e de Choque participam da ação que não tem prazo para acabar. Durante a ocupação, os PMs das UPPs passarão por um curso de reciclagem.

PROTESTOS

A morte do menino causou comoção no Complexo do Alemão. Na sexta-feira, a PM dispersou manifestantes que pediam paz na entrada do Complexo do Alemão. Os moradores reagiram atirando pedras e garrafas na polícia. No último sábado, cerca de 200 moradores fizeram mais um protesto para pedir o fim da violência na comunidade.

Já no domingo (5), a ONG Rio de Paz fez um protesto contra a morte de Eduardo, na praia de Copacabana. Cerca de 20 pessoas caminharam pela orla vestindo camisas pretas e carregando um caixão branco simbolizando o corpo do menino.

O complexo tem quatro bases da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) desde de 2012. Mesmo com a presença ostensiva da polícia da área, traficantes continuam a dominar as favelas e os tiroteios são constantes. A secretaria Estadual de Segurança informou que aumentará o número de bases e do efetivo policial no complexo.

Ao todo, quatro pessoas morreram devido à sequência de confrontos entre polícia e traficantes nas comunidades. Na quarta (1º), três pessoas morreram, entre elas a moradora local Elizabeth de Moura Francisco, 41, baleada dentro de casa. O menino Eduardo morreu na quinta, depois que a PM reforçou o efetivo no Alemão.

Últimas notícias