Chacina

Ex-PM preso estava em casa na hora da chacina, diz advogado

Rodney Dias dos Santos foi apontado pela Polícia Civil como o mentor da chacina que deixou oito mortos na torcida Pavilhão Nove

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Publicado em 08/05/2015 às 19:21
Foto: FERNANDO NEVES / BRAZIL PHOTO PRESS / AFP
Rodney Dias dos Santos foi apontado pela Polícia Civil como o mentor da chacina que deixou oito mortos na torcida Pavilhão Nove - FOTO: Foto: FERNANDO NEVES / BRAZIL PHOTO PRESS / AFP
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A defesa do ex-PM Rodney Dias dos Santos, apontado pela Polícia Civil como o mentor da chacina que deixou oito mortos na torcida Pavilhão Nove, afirma que ele disse estar em casa com a mulher e a filha no momento do crime.

Santos e o soldado da ativa da PM Walter Pereira da Silva Junior foram preso na quinta (7) sob suspeita de executarem as vítimas no dia 18 de abril, na sede da torcida, na zona oeste.

No crime, todas as vítimas, com idades entre 19 e 38 anos, foram mortas com tiros na região da cabeça, após serem obrigadas a ficar deitadas - cápsulas de pistola de 9 mm foram encontradas no local. O alvo dos assassinos era só Fábio Neves Domingos, 34.

"Ele [Santos] garantiu que estava em casa [em Carapicuíba, Grande SP] com esposa e filha na hora da chacina [no fim da noite]", diz o advogado Pedro Novaes Bonome.

De acordo com o advogado, Santos afirma jamais ter visto o outro suspeito do crime, o PM Walter Silva Junior.

A defesa deve usar o fato de a polícia ter descartado a participação de policiais e, logo depois, seguir outra linha de investigação. "Isso causa muito estranhamento", diz.

De acordo com ele, Santos está preso com base no depoimento do faxineiro que sobreviveu à chacina. "Primeiro, as características que ele dá diferem das do meu cliente. Mas depois, misteriosamente, no segundo depoimento ele reconhece o meu cliente", afirma.

Outro ponto que chama a atenção da defesa é que Santos era bastante conhecido na torcida, da qual foi fundador, e só ter sido reconhecido em depoimento posterior da testemunha.

A linha de investigação da polícia é que Fábio Domingos, traficante no Ceagesp, tenha sido morto devido a uma dívida de drogas com Santos, que atuaria também neste tipo de crime.

Bonome nega que seu cliente seja criminoso. "Ele teve um passado, teve processo, já pagou o processo. Hoje ele trabalha no Carrefour, tem uma filha pequena", diz.

Segundo a polícia, Santos foi expulso da PM por atuar no tráfico de drogas. Depois disso, ele já foi condenado por receptação, após ter sido flagrado num carro roubado, com armas de numeração raspada - na ocasião, ele ainda foi acusado de tentar subornar policiais que o pararam.

O advogado afirma que vai esperar seu cliente prestar depoimento, na próxima semana, para pedir a revogação da prisão.

A reportagem não localizou a defesa do advogado Walter Silva Junior.

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