CRISE PENITENCIÁRIA

Policiais entram no presídio de Alcaçuz para erguer muro

Os detentos, que estão rebelados há oito dias, não reagiram à construção do muro

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Publicado em 21/01/2017 às 12:00
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Os detentos, que estão rebelados há oito dias, não reagiram à construção do muro - FOTO: Foto: Divulgação
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Como parte da operação para construção de um muro na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Grande Natal (RN), o Batalhão de Choque da Polícia Militar voltou a entrar na unidade na manhã deste sábado (21). Desde a noite desta sexta (20), já chegavam ao presídio caminhões com materiais de construção, além de contêineres que devem compor a estrutura emergencial para separar as facções que estão em conflito no local. Até o fim da manhã, a incursão não havia levado à reação dos detentos, que estão rebelados há oito dias.

A muralha anunciada pelo governo do Estado deverá separar os pavilhões 1, 2 e 3 do 4 e 5. Os primeiros são ocupados por presos ligados à facção Sindicato do Crime e os últimos, pelos detentos do Primeiro Comando da Capital (PCC). A rivalidade entre as organizações causou o início do motim, quando o PCC, até então restrito ao pavilhão 5, invadiu o 4, deixando 26 mortos.

A livre circulação de detentos pelos pavilhões, em razão da depredação das estruturas da cela, levou ainda a batalhas campais no interior do presídio. Querendo evitar novos confrontos, a muralha está sendo construída, segundo informou a administração estadual. A única forma de a PM deter o conflito vinha sendo o uso de armamento não letal disparado das guaritas para evitar a aproximação entre as partes. O esforço não foi suficiente quando na quinta-feira passada (19) a briga deixou novos mortos e feridos.

Na tarde de quinta-feira, o MP do Rio Grande do Norte emitiu uma recomendação ao governador Robinson Faria (PSD) para que, diante do que classificou como "barbárie", com ao menos 28 mortes confirmadas desde sábado passado (13), fossem tomadas "providências efetivas".

REVISTAS

Desde o início das rebeliões, os batalhões de Choque e de Operações Especiais (Bope) entraram na cadeia mais de três vezes, realizando revistas e retirando presos para transferências. As operações, no entanto, não se estenderam por mais de cinco horas em nenhuma das oportunidades. Logo que os homens dos batalhões deixam a unidade, os conflitos são retomados.

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