POLÊMICA

Enquanto São Paulo fica mais cinza, Recife amplia grafite

Muros com grafite são apagados na capital paulista; no Recife, arte é ampliada para decoração do Carnaval

Estadão Conteúdo
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Publicado em 24/01/2017 às 14:45
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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O secretário de Cultura de São Paulo, André Sturm, disse nessa segunda-feira (23), que a Avenida 23 de Maio pode voltar a ficar colorida ainda no primeiro semestre deste ano. Já com muitos muros pintados de cinza, a avenida amanheceu com um trecho salpicado de tintas coloridas, sob o Viaduto Tutoia, na região do Paraíso. Já no Recife, os grafites nos muros serão ampliados com obras de vários artistas para decorar a cidade no Carnaval.

A prefeitura de São Paulo estuda para a via um Festival do Grafite, com artistas selecionados e materiais fornecidos pela gestão.

Sobre o cinza que encobriu a Avenida 23 de Maio, Sturm afirmou que a Prefeitura terminará de remover, nos próximos dias, todos os murais que não estiverem em bom estado de conservação. Somente oito serão mantidos - questionado, o secretário não disse quais.

O titular da Cultura afirmou apenas que a gestão Doria pintou de cinza todos os grafites que estavam pichados por cima do desenho, com cores esmaecidas e danificados pela poluição. 

O secretário negou que a Prefeitura tenha usado o critério de que "uma imagem era artisticamente menor do que a outra".

"A arte urbana tem como pressuposto ser efêmera, em qualquer lugar do mundo. A pessoa, quando faz grafite, sabe que aquilo pode apagar pode ser manchado. Aquilo não vai ficar lá para sempre. Grafites não tem essa natureza", disse.

Segundo Sturm, a via é uma das possibilidades para receber o evento "em função do ruído" causado pela remoção dos grafites e das pichações, intensificada nos últimos dias.

Entenda o caso

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), autorizou que fossem apagado os murais da Avenida 23 de Maio, onde haviam desenhos de grafiteiros e pichadores. Durante a gestão de Fernando Haddad (PT), os artistas receberam a autorização para estamparem suas artes no muro, que ficou conhecida como “maior mural de grafite a céu aberto da América Latina”.

O trabalho de mais de 200 artistas foram feitos há dois anos. A atual gestão decidiu deixar apenas oito dessas obras na avenida, com o argumento de que estavam danificadas ou sofreram pichações.

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Os grafites darão tom ao Carnaval do Recife de 2017 - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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As imagens serão fotografadas, digitalizadas e impressas em tecidos - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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As obras estão espalhadas por vários pontos da cidade - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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No Compaz do Cordeiro, o artista Galo de Souza ficou responsável pela decoração da pista de skate - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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As obras ilustram a cultura pernambucana - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Quem assina a decoração é o arquiteto Carlos Augusto Lira - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Galo de Souza, Bozó Bacarmante,Jota ZerOff, Manoel Quitério,Karina Agra e Vacilante assinam as obras - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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As obras passarão a fazer parte do cenário da capital - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Karina Agra ilustrou um muro de 14 metros com personagens do Carnaval - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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O Coletivo Vacilante fez da fachada da Escola Municipal de Frevo Maestro Fernando Borges sua tela - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

Grafite fará parte da decoração do Carnal 2017 de Recife

A Prefeitura do Recife anunciou na última terça-feira (17) que o Carnaval 2017 terá como decoração obras em grafites. Artistas como Galo de Souza, Bozó Bacamarte, Jota ZerOff, Manoel Quitério, Karina Agra e do grupo Vacilante estamparão suas artes pelos principais focos de folia da cidade. O projeto é do arquiteto Carlos Augusto Lira.

A ideia é levar a arte urbana para a festa mais aguardada do ano pelos recifenses é da primeira dama do município, Cristina Melo.

Apesar de mais trabalhosa, a decoração deste ano terá o mesmo custo daquela utilizada no ano passado, R$1,5 milhão.

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