VIAGEM

Jornalista pernambucana dá a volta ao mundo 'de graça'. Saiba como ela conseguiu

Conheça um pouco sobre a história de Luna Markman e confira dicas dela tanto para quem quer viajar no fim de semana ou férias do trabalho, quanto para quem também planeja a sua volta ao mundo

Talita Barbosa
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Talita Barbosa
Publicado em 08/03/2017 às 21:39
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Conheça um pouco sobre a história de Luna Markman e confira dicas dela tanto para quem quer viajar no fim de semana ou férias do trabalho, quanto para quem também planeja a sua volta ao mundo - FOTO: Foto: Reprodução/Instagram
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O mundo está aí para ser descoberto. Há cerca de um ano e meio, a jornalista olindense Luna Markman, 30, saiu de casa em busca disso e nunca mais voltou. Quem retornou ao Recife, no último mês, foi outra pessoa. Uma mulher que ganhou, rodando o mundo, bem mais do que carimbos no passaporte. Na mochila de costas que a acompanhou, fotos, pequenos objetos dos lugares por onde andou e lembranças de um Festival de Luz na Tailândia, ou de um marshmallow assado em um vulcão na Guatemala.

A jornalista é a prova de que viver viajando não é só pra quem ganhou na loteria ou nasceu em berço de ouro. Como tudo na vida, viajar é algo que requer escolhas e existem muitos tipos de viagens. 

"Muita gente diz "quero ser como tu, viajar assim o mundo"... Mentira! Digo isso porque a maior parte das pessoas nem sabe mesmo o que quer, como quer, só está afim de uma mudança. Pare e pense: que projeto eu ainda não realizei? Fazer um voluntariado de um mês no Butão? Aplique para uma vaga e vá. Rodar 17 meses pelo mundo sem planejar muita coisa, como eu? Compre um ticket one-way e vá. Não há melhor nem pior estilo de viagem, existe a sua viagem. O seu sonho. Só falta a tua coragem", publicou Luna.

Ela tem uma vida de viagens e não vai parar. Passar semanas ou os 30 dias das férias anuais era pouco. O ponto de partida foi um trabalho na Disney, que a manteve nos Estados Unidos durante três meses e ajudou a custear as viagens ao México, Belize e Guatemala. Ao longo dos 17 meses, o roteiro da jornalista contemplou os EUA, México, América Central, América do Sul, Europa, Índia e Sudeste Asiático. 

 

"Eu juntei dinheiro para me manter independente do que rolasse. Na segunda parte do mochilão, dos nove meses, quatro foram fazendo trabalho voluntário, o que me dava hospedagem e comida em troca do meu trabalho. Devo ter gasto neste período um máximo de US$ 1.000. O resto foi fazendo couchsurfing e me hospedando em albergues. Índia e Sudeste asiático, onde fiquei mais tempo, são bem baratos. Gastei uma média de US$ 15 a 16 por dia, em hospedagem e comida, enquanto estive nessa área, entre novembro e fevereiro deste ano", relata.

Segundo ela, a Índia é uma mistura de magia e desastre. Lecionar inglês no Vietnã foi marcante, caminhar durante seis horas em um parque peruano, também. Gente, natureza, perspectivas, mudar o olhar, questionar hábitos ocidentais e pessoais. Tudo isso ela viu pelo mundo, em uma jornada de descobertas.

Para cada pessoa que volta de uma aventura solo, pelo menos outra se inspira a fazer o mesmo. Nas redes sociais, a jornalista compartilhava o que via e vivia durante o percurso. Quem a acompanha, vê a foto de um Santuário de Prata na Tailândia ao lado da imagem cinematográfica de um Festival de Lanternas. Pratos e bebidas que custaram até US$ 2, encontros fortuitos com elefantes na Índia e até veneração a ratos. 

Nunca vai existir um momento perfeito para deixar tudo para trás e correr o mundo. Mas as legendas de Luna, com relatos e sensações trazem um tom de convite, inspirando quem enxerga esse tipo de vivência como uma fantasia.

"Querendo as dicas, é só mandar inbox!", incentiva ela, logo na descrição do perfil. 

 

'Você não tem medo de viajar sozinha sendo mulher?' foi uma das frases que ela mais ouviu durante a após a viagem. Mas como já diria Guimarães Rosa, “Viver é muito perigoso”. Luna afirma que se esse sentimento tivesse dominado seus planos, a lista de 30 países percorridos talvez nem existisse.

"Eu acho que tem mais gente boa no mundo e não precisamos ficar com medo, basta tomarmos as precauções que todas já conhecem e já tomamos aqui no Brasil, como evitar andar à noite sozinha, beber do copo dos outros... Mas  não se pode deixar de pegar uma carona com um alguém desconhecido, por exemplo, pelo receio, pois  podemos perder a chance de conhecer gente legal. Então, é ter bom senso e seguir o instinto também", conta.


Can you meet me halfway? #gardens #penang #malaysia #asia #backpacking #solotraveler #mochilao #mochilear #tripadvisor

Uma publicação compartilhada por Luna Markman (@lunamarkman) em Jan 23, 2017 às 2:01 PST

Quem vai para o mundo por longos períodos sabe que a viagem nunca termina, nem quando o avião traz de volta para casa e todas as coisas que antes eram normais. "Só decido o primeiro destino, e o resto vai rolando de forma natural, dependendo as pessoas que conheço, oportunidades, voos baratos", conta.

Sobre ir ao mundo novamente, a única certeza que ela tem é a de que vai. "Ainda estou planejando. Talvez Itália para aprender a língua, África e China, mas ainda não fechei nada, nem quero", confessa.


Dicas de Luna: o essencial cabe em uma mochila

Viaje com uma mala que caiba como bagagem de mão para não pagar check-in e aproveitar preços baixos de passagens;

Opte por ônibus noturnos para economizar a diária de uma noite;

Se hospede em hostels ou pelo Couchsurfing;

Procure saber em quais dias os museus são gratuitos;

Jornalistas ou estudantes devem viajar com a carteira internacional para conseguir descontos;

Ter a carteira de motorista internacional caso opte por alugar um veículo, já que em blitze é solicitado, evitando multas;

Barganhar muito em agências antes de fechar algum tour;

Aprender a cozinhar algo prático para utilizar a cozinha do albergue;

 

 

Comer em padaria ou supermercado ao menos uma vez por dia;

Andar a pé - a maior parte das cidades tem todas as atrações próximas - ou utilizando o transporte público;

Lavar a roupa durante o banho, no balde, à moda antiga, caso a viagem seja de longo prazo e o serviço custe caro;

Levar kit de remédio, já que em alguns lugares custa caro;

Fazer um seguro saúde antes de viajar. Alguns países recebem estrangeiros no sistema público, mas normalmente cobram valores altos pelo atendimento médico.

 

Couchsurfing

É uma rede para conectar pessoas. O site permite encontrar hospedagem gratuita em todo o mundo, na casa de gente que mora no lugar. Criado em 2003, o site já tem 4 milhões de usuários. O objetivo da plataforma é fazer que viajantes possam sem hospedar de forma gratuita, em troca do intercâmbio cultural e da vontade de ajudar um viajante. Traduzido ao pé da letra, o termo significa 'surfar no sofá'. No entanto, a acomodação oferecida varia muito conforme a disponibilidade do hospedeiro.

O site do serviço é o www.couchsurfing.com, que pode ser acessado através de um email ou conta no Facebook. O usuário preenche o perfil com o maior número de informações possíveis - conta sobre preferências, o que gosta de fazer, lugares que deseja conhecer - e se relaciona com outros couchsurfers pela plataforma. 

Para buscar hospedagem, o usuário pode incluir seu próximo destino no site e aguardar um convite ou buscar as pessoas que moram no local e enviar uma solicitação para elas, pedindo a hospedagem. O mesmo vale para quem quer receber alguém: é possível aceitar solicitações ou convidar alguém através da plataforma. Para ajudar a garantir a segurança, o site permite que os usuários deixem avaliações sobre os hospedeiros e viajantes que ficam disponíveis para todos os usuários. 

 

Bye, #malaysia #vejosinais #querominhamae #backpacking #mochilear #mochilao #solotraveler

Uma publicação compartilhada por Luna Markman (@lunamarkman) em Fev 2, 2017 às 7:20 PST

 

Workaway

A filosofia dessa plataforma é simples. O viajante troca algumas horas de trabalho diárias por acomodação e comida, além do aprendizado sobre o modo de vida do local. O Workaway faz a mediação entre o usuário e possíveis hosts, que podem ser hostels, fazendas, organizações, famílias e até pessoas físicas. 

Existem mais de 22.243 HOSTS em 155 países pelo mundo e as atividades são as mais diversas, como pintura, babá, jardinagem, cuidar de cachorros, tomar conta de casas durante períodos de férias dos donos, participar de colheitas, entre outros. Desse modo, os viajantes são introduzidos nas comunidades onde os hospedeiros precisam de ajuda sem precisar buscar caras agências de viagens. 

Para fazer o seu cadastro na rede e obter mais informações acesse o site www.workaway.info/

 

 

Worldpackers

Semelhante ao Workaway, o Worldpackers também é uma plataforma que conecta viajantes dispostos a trocar mão-de-obra por acomodação e inúmeros anfitriões ao redor do mundo. Com o lema 'Travel Experiences Money can’t buy' - em tradução livre, 'Experiências de viagem que o dinheiro não pode comprar -, o viajante trabalha como voluntário em um hostel em troca de hospedagem - e alimentação, em alguns casos. 

O site foi criado pelos brasileiros Riq Lima e Eric Faria e oferece oportunidades em mais de 100 países, como Espanha, Tailândia, China, França e Itália. As atividades desempenhadas no hostel podem ser as mais diversas, desde limpar as dependências do local e cozinhar até organizar festas e fotografar. 

O site cobra uma taxa para cada viagem que o usuário realizar e o preço varia de um hostel para outro, podendo ser de US$ 10 a 50, valor que eles frisam ser utilizado para manter a plataforma organizada da forma que é. Esse valor só é cobrado caso a viagem realmente seja realizada.

Para participar, o viajante deve se inscrever no site  www.worldpackers.com e tem a opção de se cadastrar com o seu perfil no Facebook ou, utilizando o seu e-mail pessoal.

 

 

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