POLÊMICA

DF: Colunista é criticado por destacar beleza de estagiárias em texto

Em crônica, o colunista Guilherme Goulart destaca partes do corpo da estudante de 19 anos

JC Online
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Publicado em 11/09/2017 às 22:20
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Em crônica, o colunista Guilherme Goulart destaca partes do corpo da estudante de 19 anos - FOTO: Foto: Reprodução/Internet
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"Primeiro dia de trabalho. Melissa, estudante de comunicação social de uma faculdade particular de Brasília, logo mostrou a que veio". É com essas palavras que se inicia uma crônica publicada nesta segunda (11) no jornal impresso e no site do jornal Correio Braziliense. Escrita pelo colunista Guilherme Goulart, o texto conta a chegada da nova estagiária da editoria de Cidades do jornal. O que poderia ser mais um entre os tantos no site e na versão impressa do periódico, o texto intitulado "Crônica da Cidade: o primeiro dia de trabalho de Melissinha" chamou a atenção e causou revolta a internautas pela forma como o jornalista se refere à estudante, de apenas 19 anos.

Utilizando palavras como "decotinho perverso", "coxas de fora" e "balançar dos quadris" o jornalista Guilherme Goulart vai descrevendo a nova estagiária da redação, a quem ele se refere como "Melissinha", dando evidência ao seu corpo ("loura-violão). De acordo com ele, a presença da estudante no local de trabalho fez com que os "representantes da fauna masculina" acompanhassem atentos ao seu caminhar.

Em nenhum momento, em seis parágrafos de texto puramente descritivo, o jornalista cita as qualidades profissionais da estudante, que, segundo ele, virou "assunto na repartição". "Se dependesse da machalhada, a agora Melissinha tinha lugar assegurado nos céus de Júpiter, Urano, Netuno, Saturno e que deus mais se apresentasse. Era um tal de chocolatinho para cá, cafezinho para lá, que, deve-se admitir, às vezes, até ficava chato", afirma.

Outro alvo

Apesar de todos os atributos físicos da estudante, expostos pelo jornalista, em determinado momento, Goulart escreve que Melissa tinha um defeito, o namorado, que, para ele, "servia para que a moçoila mantivesse os mais afoitos à distância". "Ninguém nunca o conheceu pessoalmente, mas tinha nome, sobrenome, perfil no Facebook e conta no Instagram", diz.

Ao final da crônica, Guilherme Goulart revela que a estagiária Melissa já saiu da redação do Correio Braziliense. Foi, até, "esquecida", já que uma nova estudante havia acabado de entrar no jornal. A estagiária "morena" Daniela, da editoria de Economia, que parece ter se tornado, de acordo com as palavras do jornalista, o novo alvo da "machalhada".

Tirado do ar

O texto recebeu inúmeras críticas nas redes sociais, principalmente no Facebook, onde internautas compartilharam um print do texto nas versões impressa e online.

A página "Jornalistas contra o assédio", que fez coro às reclamações, afirmou que "É emblemático que uma perversidade destas seja publicada por um editor em um dos periódicos mais tradicionais de Brasília -- cidade onde o assédio ainda é tão presente nas relações com as fontes"

O texto foi tirado do ar do site do Correio Braziliense. Até o momento, nem o periódico nem Guilherme Goulart se pronunciaram sobre o assunto.

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