Uma personagem inventada para demonstrar os assédios a que mulheres estão sujeitas todos os dias, seja no ambiente de trabalho, na rua e até mesmo em casa. Essa foi a justificativa dada pelo jornalista Guilherme Goulart para a publicação do texto "Crônica da Cidade: o primeiro dia de trabalho de Melissinha", na edição dessa segunda (11) nas versões online e impressa do jornal Correio Brasiliense. O texto, muito criticado nas redes sociais por expor uma estagiária de apenas 19 anos, descrevendo-a pelas partes do seu corpo ("decotinho perverso", "coxas de fora", balançar dos quadris"), foi retirado do ar do site do Correio após a chuva de reclamações dos internautas.
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"Em 40 anos de vida e em 21 de profissão, sempre pautei minhas atitudes pelo respeito às mulheres. A minha mãe me ensinou isso. Os meus dois pais reforçaram isso. E, quando tive a oportunidade, usei o espaço do jornal para reverenciá-las", afirmou o colunista em um texto de desculpas, intitulado "Crônica da Cidade: Um erro sem perdão", publicado na madrugada desta terça (12), no site do Correio Brasiliense. De acordo com o jornalista, a força das suas palavras não foram mensuradas e, o que deveria ser apenas uma demonstração do dia a dia de muitas mulheres, transformou-se em um texto que constrangeu não somente a mãe, avós, mulher, filhas e amigas de Guilherme Goulart, como ele diz no texto de desculpas, mas também muitas daquelas que leram a crônica, compartilhada dezenas de vezes no Facebook.
Apesar de no texto sobre a chegada da nova estagiária do caderno de Cidades do Correio Brasiliense, apelidada de Melissinha, não deixar claro que se tratava de uma personagem, o jornalista autor da crônica defende essa tese. "Até hoje, só tive dois chefes homens na minha carreira. Portanto, aprendi mais com elas do que com eles. E sinto bastante, neste momento, por tê-las decepcionado".
Reflexão
Ao final da crônica de desculpas, Guilherme Goulart afirma que todas as críticas que recebeu, "e-mail, por WhatsApp, pelo Facebook, etc" fizeram com que ele refletisse sua atitude. "Fiz questão de ler todas [mensagens de indignação], do início ao fim. E peço as mais sinceras desculpas. Pois acredito que esse seja o melhor caminho para a transformação necessária para que as minhas filhas cresçam em um mundo em que não haja espaço para situações como a narrada por mim, nem textos equivocados como o meu".