CRIME

Polícia da Nicarágua nega responsabilidade em morte de pernambucana

A Polícia da Nicarágua atribuiu a morte da estudante brasileira a um vigilante privado

JC Online
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Publicado em 25/07/2018 às 1:57
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A Polícia da Nicarágua atribuiu a morte da estudante brasileira a um vigilante privado - FOTO: Foto: Reprodução/Facebook
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A Polícia da Nicarágua negou responsabilidade e atribuiu a morte da brasileira Raynéia Gabrielle Lima a um vigilante privado. A estudante foi baleada quando dirigia para casa, na segunda-feira (23).

"Um guarda de vigilância privada, em circunstâncias ainda não determinadas, efetuou disparos com arma de fogo, um dos quais atingiu (Raynéia), provocando-lhe ferimentos", segundo um comunicado da Polícia.

O autor dos disparos "está sendo investigado para o esclarecimento do fato", acrescentou.

A morte da estudante

Raynéia, 32 anos, cursava o último ano de Medicina e foi baleada quando dirigia para casa no sudoeste de Manágua por volta de meia-noite, informou à AFP o reitor da Universidade Americana (UAM), Ernesto Medina.

O crime aconteceu no complexo residencial Lomas de Monserrat, onde, segundo testemunhas, paramilitares atiraram contra seu carro.

A estudante foi levada pelo namorado para o hospital, mas os "ferimentos eram fatais" e ela faleceu nas primeiras horas da manhã, indicou Medina.

Uma bala perfurou o fígado e a jovem morreu quando era atendida no Hospital Militar em Manágua, de acordo com informações do canal 100% Noticias.

Raynéia, que morava há seis anos na Nicarágua, nasceu em Pernambuco e fazia estágio no hospital da Polícia Roberto Huembes, indicou Medina, que era um de seus professores na UAM.

Brasília chamou para consultas seu embaixador na Nicarágua, Luís Cláudio Villafañe Gomes Santos, e segundo a Agência Brasil, a morte de Raynéia Lima motivou também a convocação da embaixadora da Nicarágua em Brasília, Lorena del Carmen Martínez, para dar sua versão dos fatos.

Protestos na Nicarágua

Os protestos, que começaram em 18 de abril contra uma reforma da Previdência Social, levaram ao pedido de impeachment do presidente Daniel Ortega e de sua esposa e vice-presidente, Rosario Murillo.

Na segunda-feira, Ortega, de 72 anos, disse à emissora Fox News que planeja completar seu mandato até 2021, apesar dos pedidos de renúncia feitos pela oposição.

"Alterar as eleições geraria instabilidade, insegurança e pioraria as coisas", declarou Ortega.

No entanto, o vice-presidente americano, Mike Pence, pediu nesta terça-feira ao presidente nicaraguense que ponha fim à violenta repressão e convoque eleições antecipadas.

"A violência patrocinada pelo Estado na Nicarágua é inegável. A propaganda de Ortega não engana ninguém e não muda nada", escreveu Pence no Twitter, estimando o número de mortos em "mais de 350" e responsabilizando o governo pelos óbitos.

"Os Estados Unidos pedem ao governo de Ortega que ponha fim à violência AGORA e celebre eleições antecipadas — o mundo está de olho!", emendou.

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