África do Sul

Morre chanceler sul-africano do período do apartheid

Segundo o seu filho, Piet Botha, Roelof Botha morreu enquanto dormia nessa quinta-feira (11)

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Publicado em 12/10/2018 às 11:48
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Segundo o seu filho, Piet Botha, Roelof Botha morreu enquanto dormia nessa quinta-feira (11) - FOTO: Odd ANDERSEN / AFP
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O ex-ministro das Relações Exteriores sul-africano durante o apartheid, Roelof "Pik" Botha, que mais tarde atuou no governo do presidente Nelson Mandela, morreu aos 86 anos em Pretória, informou a imprensa local. Seu filho Piet Botha confirmou a notícia dizendo que ele morreu na noite dessa quinta-feira (11) enquanto dormia.

Pik Botha foi a face internacional do regime segregacionista por 17 anos, entre 1977 e até a chegada da democracia em 1994. Mais tarde, ele integrou o governo sindical nacional do primeiro presidente negro sul-africano democraticamente eleito, Nelson Mandela, e ficou encarregado da pasta de Minas e Energia por dois anos.

Em 1996, sua carreira política terminou quando seu partido, o Partido Nacional (NP), que promoveu o apartheid, deixou o governo. Quatro anos depois, ele se juntou ao Congresso Nacional Africano (ANC) de Mandela, uma formação que ele considerou durante anos como um inimigo. Botha havia incentivado o regime do apartheid a libertar Mandela, o chefe histórico do ANC, em 1990. 

Em 1986, ele foi duramente criticado pelo presidente Pieter Willem Botha (sem parentesco) por ter declarado que a África do Sul poderia um dia ser governada por um homem negro.

No entanto, ele continua sendo um personagem controverso. Em 1990, havia suspeitas de que ele tinha ligações diretas com os esquadrões da morte encarregados de matar os militantes anti-apartheid. Ele também foi acusado de desestabilizar países vizinhos, como Angola, Namíbia, Moçambique, ajudando os movimentos rebeldes que lutaram contra os regimes criados após a independência desses países.

Declarações

O presidente sul-africano e líder do ANC, Cyril Ramaphosa, saudou nesta sexta-feira (12) o apoio do ex-chanceler à transição da África do Sul para a democracia.

O último presidente do apartheid, Frederik W. de Klerk, prestou homenagem sexta-feira a um homem que "defendeu a África do Sul contra o isolamento internacional".

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