DÍVIDAS

Grupo Abril é vendido e deixa dívida bilionária a funcionários e bancos

Títulos importantes da editora, como as revistas 'Veja' e 'Exame' já estavam penhorados nos bancos, como garantia de pagamento da dívida

JC Online
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Publicado em 20/12/2018 às 17:46
Foto: Divulgação/Grupo Abril
Títulos importantes da editora, como as revistas 'Veja' e 'Exame' já estavam penhorados nos bancos, como garantia de pagamento da dívida - FOTO: Foto: Divulgação/Grupo Abril
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Para superar a crise financeira que vive, a Editora Abril vendeu todos os seus títulos para o advogado Fábio Carvalho, dono da sociedade de investimentos Legion Holdings. Com o repasse de 100% das ações para o novo dono, divulgado na tarde desta quinta-feira (20), a Abril deixa uma dívida de R$ 1,6 bilhão para funcionários e bancos a quem o grupo devia. As informações foram divulgadas pelo jornal Valor Econômico.

O acordo entre Carvalho e a família Civita – que fundou a editora em 1950 com Victor Civita – prevê a aquisição de 100% das ações do grupo, porém a transação deve ser aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), o que deve demorar cerca de 45 dias.

Os irmãos Giancarlo e Victor Civita, netos do fundador do grupo, venderam as ações por R$ 100 mil, já que há pendências bilionárias repassadas para o comprador.

Assumir a responsabilidade da dívida foi a condição que a família encontrou para ceder o controle da Abril, que está em recuperação judicial desde agosto deste ano. Do R$ 1,6 bilhão em dívidas da editora, cerca de R$ 1,1 bilhão está pendente com bancos.

Estratégias de recuperação

Fabio Carvalho é conhecido por ser especialista em compras de empresas em crise. O executivo articula um respaldo financeiro com o banco PTG Pactual, que já financiou outras empreitadas do advogado no passado.

A negociação com os três bancos credores da empresa - Bradesco, Itaú e Santander - fica a cargo do PTG, por meio da recuperação de crédito, na tentativa de desconto nos quase R$ 1 bilhão em dívidas bancárias. Segundo a reportagem do Valor, essa parte da estratégia ainda não foi fechada.

Isso porque, os bancos a quem o grupo deve, precisam aprovar a venda das ações, já que títulos importantes da editora, como as revistas "Veja" e "Exame", já haviam sido dadas às financeiras como garantia de pagamento da dívida, juntamente com o edifício onde funciona o grupo, na Marginal Tietê, em São Paulo.

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