RESGATE DE VÍTIMAS

Bombeiros afirmam que equipamento israelense não ajuda em buscas, revela jornal

Comandante dos Bombeiros de Minas Gerais afirmou que nenhum dos equipamentos se aplica ao tipo de desastre ocorrido em Brumadinho

JC Online
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Publicado em 28/01/2019 às 17:35
Foto: Mauro Pimentel / AFP
Comandante dos Bombeiros de Minas Gerais afirmou que nenhum dos equipamentos se aplica ao tipo de desastre ocorrido em Brumadinho - FOTO: Foto: Mauro Pimentel / AFP
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Os equipamentos trazidos por militares de Israel para auxiliar nas buscas em Brumadinho, Minas Gerais, não são efetivos. A informação foi repassada pelo comandante das operações de resgate, tenente-coronel Eduardo Ângelo, para o jornal Folha de S. Paulo.

"O imagiador que eles têm pegam corpos quentes, e todos os corpos são frios. Então esse já é um equipamento ineficiente", afirmou Ângelo. Os outros equipamentos trazidos também não teriam utilidade. "Dos equipamentos que eles trouxeram, nenhum se aplica a esse tipo de desastre", complementou.

Nenhum sobrevivente foi localizado nos últimos dois dias. O comandante admitiu que o detector de imagens poderia ser usado para buscar sobreviventes, pois capta o calor humano. "O que faz [constitui] a imagem é a temperatura. Quando a temperatura está homogênea, é como se não houvesse nada no solo", ponderou.

O tenente-coronel explicou que as chances de localização de sobreviventes são muito pequenas após 48 horas. "O que a literatura fala é que depois de 48 horas, a chance é quase nula. Mas existem registros de pessoas que foram encontradas vivas dias depois, mas é um ponto fora da curva. A experiência mostra que a cada dia que passa, a chance é menor".

Toneladas de equipamentos

Eduardo Ângelo afirmou que os militares estão ajudando nas buscas em campo, como “mão-de-obra”, em conjunto com equipes do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais. São 136 israelenses, concentrados em encontrar sobreviventes. Eles desembarcaram em Belo Horizonte na noite do domingo (27), com 16 toneladas em equipamentos.

Ainda durante a noite, uma equipe de comando começou a estudar detalhes do desastre. Quando amanheceu, definiram estratégias no local atingido e, em seguida, se reuniram com o governador do Estado, Romeu Zema.

"O primeiro passo será o esforço de encontrar pessoas vivas desaparecidas. Esperamos encontrar", afirmou o coronel Golan Vach, à frente da equipe. Os militares ainda fizeram uma videoconferência para ajustar os equipamentos trazidos à realidade da tragédia de Brumadinho. O foco das atividades é a área do refeitório da Vale, onde havia muitas pessoas no momento do acidente.

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