INVESTIGAÇÕES

PF encontra provas de corrupção em delegacia que apura Caso Marielle

Ao menos dois delegados da DH estariam na lista de pagamento da milícia "Escritório do Crime", que tenta obstruir as investigações com agentes infiltrados

JC Online
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Publicado em 04/04/2019 às 8:17
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Ao menos dois delegados da DH estariam na lista de pagamento da milícia "Escritório do Crime", que tenta obstruir as investigações com agentes infiltrados - FOTO: Foto: Divulgação
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A Polícia Federal encontrou provas de que houve atos de corrupção praticados por agendes da Delegacia de Homicídios da Capital (DH) para obstruir as investigações de assassinatos que envolvem milicianos do "Escritório do Crime" e integrantes da máfia do jogo do bicho no Rio de Janeiro. Segundo informações do UOL, ao menos dois delegados estariam na folha de pagamento dos milicianos e recebiam o dinheiro na própria sede da DH, no Rio.

A delegacia é responsável por investigar a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista, Anderson Gomes. Após a conclusão das investigações sobre o assassinato, os policiais federais pretendem focar na apuração da relação que une integrantes do crime organizado e agentes da segurança pública do estado.

Além do caso Marielle, ao menos sete outros inquéritos da DH estão sob análise da PF sob determinação da PGR (Procuradoria-Geral da República), entre eles as investigações sobre as execuções de dois herdeiros de clãs da máfia do jogo do bicho: Hayton Escafura e Myro Garcia, assassinados em 2017. Esses e outros crimes são atribuídos ao "Escritório do Crime".

Delações

A varredura nos casos da DH começou a ser realizada após depoimentos de dois delatores ouvidos pela PGR. O ex-PM Orlando Oliveira de Araújo e um homem que sobreviveu a uma tocaia do grupo de matadores de aluguel.

Orlando Curicica - apelido que ganhou em referência ao bairro onde chefiava uma milícia no Rio de Janeiro - afirmou que integrantes do "Escritório" pagavam uma mesada a alguns policiais da DH para que as investigações praticadas pelo grupo não chegassem aos responsáveis pelos crimes. Já o segundo delator disse que há infiltrados entre os agentes que atuam na delegacia especializada.

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