As autoridades brasileiras apreenderam 25,3 toneladas de cocaína no primeiro semestre de 2019, destinadas a Europa e África, 91,7% a mais que o mesmo período de 2018, devido principalmente a um aumento de controles nas fronteiras.
"No ano passado apreendemos 31,4 toneladas [de cocaína], este ano vai sem dúvida bater recorde", afirmou o coordenador-geral do combate ao contrabando da Receita Federal, Arthur Cazella.
Explicação
O aumento das apreensões se deve, em parte, a uma melhor coordenação entre as forças públicas e à implementação de programas de gestão de risco, inteligência e vigilância nos pontos de saída do país, disse Cazella.
"Os nossos procedimentos de controle, vigilância e repressão estão evoluindo a uma velocidade muito grande", observou.
O dado confirma efetivamente o aumento exponencial das apreensões nos últimos anos: de 958 quilos em 2014 e 2,5 toneladas em 2015, passaram para mais de 15 toneladas em 2016 e 18,07 toneladas em 2017.
Do total apreendido até junho, a metade (12,1 toneladas) foi confiscada no porto de Santos e 6,9 toneladas no de Paranaguá, no estado do Paraná, os dois maiores pontos de saída de mercadorias do país.
As apreensões de maconha, por sua vez, passaram de 3,9 toneladas para 10,2 toneladas no primeiro semestre, detalhou o funcionário.
Rota do tráfico
Com uma fronteira terrestre de 17.000 km e marítima de 8.000 km, o Brasil registra um importante trânsito de drogas produzidas em Colômbia, Bolívia, Venezuela e Paraguai, destinadas a países europeus: Bélgica, Holanda, Espanha, França e Itália, principalmente. "E já está contando com algumas rotas para a África", disse Cazella.