Carlos Roberto da Silva, conhecido como Carlinhos sem pescoço, é um dos cinco condenados pelo assassinato do garoto João Hélio, no ano de 2007. À época, o crime chocou o País. O menino, que tinha seis anos, foi arrastado por 7 quilômetros em um assalto ao carro de sua mãe, no Rio de Janeiro. Nesta semana, Carlos, que foi condenado a 39 anos de prisão, ganhou o direito a Prisão Albergue Domiciliar (PAD). Nas redes sociais, a decisão gerou críticas por parte de políticos, artistas e jornalistas.
Por meio do Twitter, a escritora Glória Perez solicitou a aprovação do pacote Anticrime do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, para que a possibilidade deste tipo de progressão seja reduzida. "Que venha o pacote do Moro, para que nunca mais a extrema crueldade contra uma criança seja premisda com a impunidade!", escreveu.
Que venha o pacote do Moro, para que nunca mais a extrema crueldade contra uma criança seja premisda com a impunidade! “Condenado a 39 anos de prisão pela morte do menino João Hélio ganha benefício para cumprir pena em casa https://t.co/4ZRXh6Amvn via @JornalExtraõ
— Gloria Perez (@gloriafperez) August 30, 2019
Por sua vez, Sergio Moro retuitou o que Glória escreveu e acrescentou: "Responsável por assassinato brutal de criança, embora condenado a 39 anos de prisão, foi na prática libertado após dez anos. Barata a vida humana no Brasil. Em outros países, seria perpétua. O projeto de lei anticrime, se aprovado, impediria essa vergonhosa injustiça", escreveu o ministro.
Responsável por assassinato brutal de criança, embora condenado a 39 anos de prisão, foi na prática libertado após dez anos. Barata a vida humana no Brasil. Em outros países, seria perpétua. O projeto de lei anticrime, se aprovado, impediria essa vergonhosa injustiça. https://t.co/YLbHfn9eba
— Sergio Moro (@SF_Moro) August 30, 2019
O jornalista Alexandre Garcia também se posicionou contra a decisão da justiça. "Em 7.2.2007 o sangue de João Hélio, 6 anos, ungia ruas do Rio, arrastado até a morte. Dez dias depois, a cidade festejava o carnaval. E o assassino agora vai “cumprir pena em casa'", protestou.
Em 7.2.2007 o sangue de João Hélio, 6 anos, ungia ruas do Rio, arrastado até a morte. Dez dias depois, a cidade festejava o carnaval. E o assassino agora vai “cumprir pena em casa”. https://t.co/XmSJifM0ux
— Alexandre Garcia (@alexandregarcia) August 30, 2019
Primeiramente, Carlos Roberto iria cumprir pena em regime aberto, que é pago em Casas de Albergardo. Atualmente, a cidade do Rio de Janeiro só possui uma unidade. Com isso, foi permitido que o preso continue a cumprir pena em sua própria residência. Ele será monitorado por tornozeleira eletrônica.
Relembre o caso
O crime ocorreu no dia 7 de fevereiro de 2007. Quando a mãe de João Hélio, Rosa Cristina, voltava com o menino e sua outra filha, Aline, bandidos armados abordaram o veículo da família. Os criminosos ordenaram que os três deixassem o carro.
Aline e Rosa conseguiram sair rapidamente do veículo. Porém, João ficou preso ao cinto de segurança e foi arrastado por sete quilômetro.