CORONAVÍRUS

Governo enviará dois aviões para repatriar brasileiros em Wuhan

Repatriados vão passar por uma quarentena, em Anápolis (GO)

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Publicado em 04/02/2020 às 19:28
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Repatriados vão passar por uma quarentena, em Anápolis (GO) - FOTO: Foto: DAVID MCNEW / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP
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O governo enviará na quarta-feira dois aviões para repatriar pelo menos 30 cidadãos brasileiros confinados em Wuhan, cidade chinesa epicentro da epidemia do novo coronavírus. Os repatriados permanecerão em quarentena em uma base militar em Anápolis (GO), a 80 km de Brasília.

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Chegada ao Brasil

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, disse a jornalistas que o grupo de repatriados deve chegar no sábado ao Brasil e que a quarentena vai durar 18 dias. "O presidente (Jair Bolsonaro) aceitou ceder suas duas aeronaves (da frota presidencial), cada uma com capacidade para 30 passageiros", informou o ministro.

Calcula-se que haja o total de 50 brasileiros em Wuhan. Até a tarde desta terça-feira (04), havia 29 brasileiros na lista para repatriação, entre eles sete crianças. Esse número, no entanto, pode aumentar. 

Pedido de repatriação

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, explica como os brasileiros que estão na China devem fazer para retornar ao Brasil. "Os brasileiros que desejem retornar devem entrar em contato com a nossa embaixada em Pequim. Faremos tudo de acordo com os parâmetros do governo chinês", declarou.

Os aviões, com equipes médicas do Ministério da Saúde e das Forças Armadas, decolarão nesta quarta-feira (06), até às 11h de Brasília, e, antes de aterrissar em Wuhan, farão escala em Fortaleza, Las Palmas (Espanha), Varsóvia e outra cidade chinesa. O retorno terá as mesmas escalas. 

O governo enviou nesta terça-feira (04) um projeto de lei ao Congresso Nacional com ações de emergência para lidar com a epidemia, prevendo a quarentena dos repatriados e a hospitalização de pessoas que possam apresentar sintomas de coronavírus. 

No último domingo, um grupo de brasileiros radicados em Wuhan pediu expressamente ao governo que os ajudassem a sair da cidade, em vídeo no YouTube. 

Confira o vídeo

Veja o mapa que mostra como o coronavírus se espalha pelo mundo

O coronavírus provocou até o momento 490 mortes, quase todas em Wuhan.

Em sua atualização diária, os números da comissão de saúde de Hubei, a mais atingida pelo vírus, também mostraram um salto em infecções confirmadas, com 3.887 novos casos.

Com estes novos números, o total de casos registrados na China somam 24.324, de acordo com os números divulgados previamente pelo governo central.

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Diminui para 13 o número de casos suspeitos de coronavírus no Brasil

Na tarde desta terça-feira (04), o Ministério da Saúde atualizou o número de casos suspeitos de coronavírus no Brasil. Segundo o balanço divulgado, 13 possíveis casos estão sob investigação. Até as 12h desta terça, havia 14 casos suspeitos. Ainda não há caso confirmado no Brasil.

Os estados que têm casos suspeitos são: São Paulo (6), Rio Grande do Sul (4), Santa Catarina (2) e Rio de Janeiro (1). O caso descartado pelo Ministério da Saúde foi o de um paciente em São Paulo.

Perfil dos mortos pelo coronavírus

A primeira vítima mortal do coronavírus foi um homem de 60 anos com problemas de saúde, perfil semelhante ao das outras vítimas da pneumonia viral iniciada na China. Desde que o governo chinês anunciou o surto, em dezembro, esta doença semelhante à Síndrome Respiratória Aguda Severa (Sars) matou 425 pessoas e infectou mais de 20.400.

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Até agora, 80% dos mortos são pessoas com 60 anos de idade ou mais e 75% tinham doenças anteriores, como diabetes, informou nesta terça-feira a Comissão Nacional de Saúde da China (NHC). A taxa de mortalidade permanece em 2,1%, de acordo com a comissão, um número muito inferior aos quase 10% da Sars que surgiu em 2002-2003 e matou 800 pessoas em todo o mundo.

No caso do coronavírus, 97% das vítimas eram da província de Hubei, de cuja capital, Wuhan, o coronavírus apareceu em um mercado que vendia animais vivos. O governo chinês também indicou que entre as vítimas há pelo menos cinco pessoas com menos de 60 anos. O mais novo é um homem de 36 anos, de Wuhan. Fora de Hubei, a taxa de mortalidade é de 0,16%.

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