WASHINGTON - O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, anunciou nesta terça-feira (26/6) que enviará uma missão ao Paraguai para avaliar a situação após a destituição do presidente Fernando Lugo.
Insulza fez o anúncio ao final de uma longa e acalorada reunião extraordinária da OEA em Washington, que não obteve consenso entre os 34 membros do organismo continental sobre as medidas a adotar envolvendo o Paraguai.
"Considero meu dever reunir todos os antecedentes que este conselho requer para poder tomar suas decisões", anunciou Insulza sobre a missão, sem dar detalhes sobre sua composição ou liderança.
A missão, que tem a intenção de se reunir com Lugo, destituído na sexta-feira passada em um impeachment sumário, seria liderada pelo próprio Insulza e chegaria a Assunção já neste final de semana, segundo fontes da OEA.
A decisão da OEA sobre a situação no Paraguai também aguardará os resultados da cúpula da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) nesta sexta-feira, na cidade argentina de Mendoza, atendendo à solicitação de vários países do bloco, principalmente o Brasil.
"O Brasil gostaria de fazer uma solicitação" para que não se tome qualquer decisão "antes de termos a oportunidade de ouvir as posições dos mandatários da Unasul", disse o representante brasileiro, Breno de Souza Proposto por Honduras, o envio da missão ao Paraguai para analisar a situação foi apoiado por 25 países, incluindo Estados Unidos, Canadá e México, enquanto Nicarágua, Venezuela, Equador e Bolívia exigiram a condenação do "golpe parlamentar" e a expulsão do país da OEA.
"Que sentido tem formar uma missão especial quando o golpe de estado já está concluído?" - perguntou o embaixador da Nicarágua, Denis Moncada, ao pedir ações mais enérgicas Segundo Insulza, "o principal é estabelecer bem qual é a situação, conversar com os distintos grupos" e tratar "de obter um acordo entre as partes".
Durante a reunião, o representante do novo governo paraguaio, o embaixador Bernardino Saguier, pediu à OEA o "respeito sublime à autodeterminação" do povo do Paraguai, e que se evite "aplicar ou estimular medidas coercitivas de caráter econômico e político".
Federico Franco "é o legítimo presidente" e no Paraguai "vigora a mais absoluta paz e tranquilidade", garantiu Saguier.