Peru

Concessão de indulto a Fujimori gera polêmica no Peru

Fujimori cumpre pena de prisão por denúncias de corrupção e desvio de recursos públicos. É acusado também de esterilização forçada

Agência Brasil
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Publicado em 27/09/2012 às 11:38
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A concessão de indulto ao ex-presidente do Peru Alberto Fujimori (1990-2000), cumprindo pena de 25 anos de prisão, envolve vários setores do Judiciário, Executivo e Legislativo. O governo quer que Fujimori peça perdão pelos crimes de violação de direitos humanos e corrupção. A família dele rechaça o pedido. Para segmentos de defesa dos direitos humanos, há manipulação política do caso.

Para a família de Fujimori, as autoridades devem ser sensíveis em relação ao estado geral de saúde do ex-presidente. Aos 74 anos, Fujimori ainda se recupera de um câncer na língua.

A família reclama que o presidente peruano, Ollanta Humala, deve conceder um indulto a Fujimori. Porém, não há indicações sobre isso. O ex-secretário da Executiva Nacional dos Direitos Humanos Ronald Gamarra disse que há uma tentativa, por parte da família e amigos, de “vitimizar” o ex-presidente.

O deputado Kenyi Fujimori, filho do ex-presidente, queixou-se na última quarta (26) na tribuna do Parlamento do tratamento dispensado pelo governo Humala a seu pai. Para ele, o ideal não é a família pedir indulto, mas, sim, o governo conceder espontaneamente o perdão.

Fujimori cumpre pena de prisão por denúncias de corrupção e desvio de recursos públicos. É acusado também por um grupo de mulheres de esterilização forçada e sem consentimento, no período de 1996 a 2000, em diversas cidades peruanas, na região de Cuzco.

Há indicações de que cerca de 300 mil mulheres foram esterilizadas no período, por meio de ações do governo. Pelo menos 2.074 mulheres disseram ter sido forçadas às cirurgias. As mulheres movem uma ação judicial contra Fujimori, com o apoio da deputada Hilaria Supa (Partido Nacionalista Peruano), que integra a base de governo do presidente Humala.

As denúncias das mulheres foram alvo de investigação policial e do Ministério da Saúde do Peru em 2002. Segundo as autoridades, 18 mulheres morreram devido às intervenções cirúrgicas feitas durante o governo de Fujimori. De acordo com as investigações, os alvos eram as mulheres mais pobres das áreas rurais do país.

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