O ex-agente da CIA John Kiriakou começou a cumprir nesta sexta-feira uma pena de 30 meses de prisão por traição. É a primeira vez que um espião americano é condenado com base na Lei de Proteção de Identidade de Inteligência, de 1982. Kiriakou foi processado no início do ano passado por ter fornecido a um jornalista o nome de um ex-colega de espionagem e declarou-se culpado diante do tribunal. A sentença foi confirmada pela Justiça Federal dos EUA nesta sexta-feira.
Em outro caso semelhante, o soldado Bradley Manning, ex-analista de inteligência do Exército, enfrenta Corte Marcial por ter fornecido ao WikiLeaks documentos do Departamento de Estado e do Pentágono em 2010.
Kiriakou recebeu a pena menor, de 30 meses de prisão, a contragosto da juíza federal Leonie Brinkema, do Tribunal Federal de Alexandria, no Estado da Virgínia. Com base em acordo entre seu advogado de defesa e o promotor do caso, ele declarou-se culpado e, em troca, recebeu uma sentença mais branda. "É uma pena muito suave", declarou a juíza, para quem o ex-espião causou "severos prejuízos" para a CIA.
Ele atuou na CIA entre 1990 e 2004 como espião e deu contribuição substancial no rastreamento de líderes da Al-Qaeda depois do atentado contra os Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001. Liderou a operação de captura, no Paquistão, de Abu Zubaydah, um dos principais colaboradores de Bin Laden, mantido em Guantánamo como inimigo combatente dos EUA. Kiriakou recebeu várias condecorações por seu trabalho.