Tropas da França e do Chade se transferiram para a cidade de Kidal, numa tentativa de assegurar a tomada estratégica cidade do norte do Mali, informaram autoridades francesas nesta terça-feira (5). Ao mesmo tempo, forças internacionais aumentam a pressão a extremistas islâmicos para expulsá-los do principal reduto controlado por eles no norte do país.
Cerca de 1.800 soldados do Chade tomaram a cidade de Kidal e um número não específico de tropas francesas fazem a segurança do aeroporto da cidade, para que mais militares possam chegar ao local, informou um oficial do Exército francês nesta terça-feira em condição de anonimato.
A intervenção militar, liderada pela França para impedir o avanço de combatentes islâmicos, teve início mais de três semanas atrás e avançou rapidamente para o norte do Mali. O governo francês teme que a região possa se tornar um refúgio para terroristas internacionais.
Na semana passada, a França iniciou uma campanha de ataques aéreos a postos avançados dos rebeldes nas proximidades de Kidal e Tessalit. Aviões Mirage e Rafale realizaram 135 missões desde quinta-feira contra 25 localidades, principalmente depósitos, informou o Ministério da Defesa da França. Na terça-feira, o governo francês elevou sua presença no país africano para 4 mil homens, disse a fonte, praticamente o mesmo número que a França manteve no auge de sua presença no Afeganistão, que durou 11 anos.
Embora os militares franceses já tenham tomado o aeroporto de Kidal, não está claro por que não conquistaram a cidade com a mesma rapidez como tomaram Gao e Timbuktu.
Há rumores de que o ritmo do avanço é contido pelo fato de que os rebeldes em retirada tenham feito reféns ocidentais, dentre eles oito franceses, e há temores sobre a segurança desses cidadãos, na medida em que os militares se aproximam de onde, acredita-se, eles sejam mantidos.
Na medida em que as forças francesas se concentram mais ao norte preparam-se para passar o controle de
Timbuktu para militares africanos, ainda nesta semana.
Rebeldes de um grupo tuaregue secular informaram que detiveram dois extremistas islâmicos, dentre eles um homem que teria sido responsável por promover mortes por apedrejamento e amputações em Timbuktu.
Comunicado do Movimento Nacional para a Libertação do Azawad (NMLA), divulgado na segunda-feira, diz que Mohamed Moussa Ag Mohamed, do Ansar Dine, e Oumeini Ould Baba Akhmed, do Movimento pela Unidade e Jihad na África Ocidental, ou MUJAO, foram detidos no sábado perto da fronteira do Mali com a Argélia. As informações são da Associated Press.