Tensão

Conflitos na Colômbia já mataram mais de 220 mil pessoas

Dado consta do relatório Basta, Já! Colômbia: Memórias de Guerra e Dignidade

Da Agência Brasil
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Publicado em 24/07/2013 às 20:36
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De janeiro de 1985 a março deste ano, 220 mil pessoas foram mortas na Colômbia como consequência dos conflitos internos no país. O dado consta do relatório Basta, Já! Colômbia: Memórias de Guerra e Dignidade, elaborado pelo Centro Nacional de Memória Histórica e entregue nesta quarta-feira (24) ao presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos. O documento destaca que a maioria das vítimas, 166.069, é civil. O restante, mais de 40 mil, são membros do Exército e da guerrilha, além de paramilitares.

De acordo com o relatório, o resultado é um balanço parcial, porque o marco legal somente reconhece assassinatos registrados pelo Registro Único de Vítimas (RUV), a partir de janeiro de 1985. Em anos anteriores, entre 1958 e 1984 há registros de 11.238 mortes. Ao receber o documento, Santos declarou que é chegada a hora de o país construir a memória do conflito.

“Para nós colombianos, chegou o momento de construir a memória a partir da verdade. E essa responsabilidade não é só minha, nem do governo ou das vítimas ou vitimários. É um assunto de todos”, declarou.

Os vitimários são os responsáveis pelos conflitos: as Forças Armadas Revolucionárias (Farc), o Exército da Libertação Nacional (ELN), grupos paramilitares como as Autodefesas (AUC), desmobilizadas em 2006, e o Exército colombiano.

Santos destacou que o relatório é a primeira “janela” em direção à verdade que o Estado deve às vítimas. Na avaliação do presidente, o processo de reparação e restituição já foi iniciado. “Somos o primeiro país do mundo com um processo de reparação integral, embora o conflito persista”. Segundo ele, o processo de reparação também inclui a restituição de terras. O governo do país contabiliza que até o momento foram restituídas mais de 13 mil hectares.

O presidente também ressaltou as negociações de paz com as Farc, que ocorrem atualmente em Havana. Neste sentido, segundo Santos, é preciso garantir que o processo para finalizar o conflito seja concluído. “Em Cuba, estamos falando de como terminar o conflito armado, porque este é o primeiro passo para que não existam mais vítimas”, disse.

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