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Unicef diz estar ''horrorizado'' com crueldade contra crianças na RCA

?As crianças são cada vez mais visadas devido à sua religião ou comunidade?, disse o diretor regional do Unicef para a África Central e Ocidental, Manuel Fontaine

Da ABr
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Publicado em 14/02/2014 às 17:08
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Representantes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na África Ocidental informaram estar horrorizados com a crueldade e a impunidade que crianças são mortas ou mutiladas na República Centro-Africana (RCA), onde pelo menos 133 menores foram vítimas desses crimes nos últimos dois meses. A RCA passa por uma crise desde março do ano passado, quando a coligação Séléka, de maioria muçulmana, derrubou o governo do país majoritariamente cristão. O caso desencadeou uma espiral de violência, que já deixou milhares de mortos e de deslocados.

“As crianças são cada vez mais visadas devido à sua religião ou comunidade”, disse o diretor regional do Unicef para a África Central e Ocidental, Manuel Fontaine.

Em comunicado divulgado na página do Unicef na internet, Fontaine explica que a violência na República Centro-Africana tem se intensificado na capital, Bangui, e no Oeste do país. De acordo com ele, os confrontos entre milícias Antibalaka, de maioria cristã, e ex-combatentes Séléka, nas últimas semanas, têm revelado "níveis sem precedentes de violência contra crianças”.

“Pelo menos 133 crianças foram mortas ou mutiladas, algumas de modo horrível, em dois meses”, informa o Unicef. 

Segundo o comunicado, foram verificados casos de crianças intencionalmente decapitadas. A organização diz ter conhecimento de outros casos em que crianças, feridas em tiroteios, ficaram isoladas e, quando conseguiram chegar a um hospital, tiveram de ser amputadas.

O Unicef apela ao governo da RCA, à comunidade internacional e a líderes religiosos e civis do país que ajudem a acabar com a violência. Para o fundo da ONU, os graves crimes contra crianças têm de ser investigados e os responsáveis, punidos. “Não há futuro para um país onde os adultos podem atacar violentamente crianças inocentes com impunidade”, disse Fontaine.

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