O presidente Barack Obama e o primeiro-ministro britânico David Cameron disseram que as sete principais economias do mundo concordaram, após dois dias de conversas, com a imposição de sanções mais duras contra a Rússia, a menos que o país atenda suas novas exigências no prazo de um mês.
Obama e Cameron afirmaram que os líderes concordaram que Moscou deve reconhecer a legitimidade da eleição que escolheu Petro Poroshenko o novo presidente ucraniano. Segundo eles a Rússia deve também parar de enviar armas para o país vizinho, fazer com que os separatistas baixem suas armas e trabalhar com o governo em Kiev para engajar os ucranianos no Ocidente.
"Se essas coisas não aconteceram, sanções setoriais serão impostas", afirmou Cameron. "O próximo mês será vital para avaliar se o presidente Putin tomou essas medidas."
Mas se o presidente russo "mantiver a rota atual", declarou Obama, os Estados Unidos e a Europa começarão a impor restrições em amplos setores da economia russa.
"Teremos uma chance de ver o que Putin fará nas próximas duas, três, quatro semanas", disse Obama. Se Putin adotar essas medidas, será possível para nós iniciarmos a reconstrução da confiança entre Rússia, Estados Unidos e Europa".
Cameron, que deve ser encontrar com Putin nesta quinta-feira (5), disse que transmitirá a mensagem do G-7 aos russos.
Obama pediu que Putin "aproveite este momento", algo que ele tem esperanças que vá acontecer, tendo em vista que Putin não criticou a eleição de Poroshenko. "Mas nós temos de ver o que ele faz e não o que ele diz."
O presidente norte-americano disse que espera ver Putin na Normandia na sexta-feira, quando os líderes mundiais se reunirão para celebrar o 70º aniversário do Dia D, o dia em que as tropas aliadas desembarcaram na França, durante a Segunda Guerra Mundial.
Estados Unidos e União Europeia já impuseram à Rússia sanções contra empresas e indivíduos, mas até agora evitou setores mais amplos.
Diplomatas ocidentais disseram que há alguns sinais de que a Rússia pode estar aliviando as pressões a Kiev, após a eleição presidencial na Ucrânia, realizada em 25 de maio.
Há um amplo reconhecimento de que Moscou retirou a maior parte de suas tropas de perto da fronteira. Porém, autoridades dizem que Moscou fez pouco para conter o fluxo de armas e de pessoas para ajudar os separatistas pró-Rússia no leste ucraniano.