Vinte minutos antes da abertura dos portões do estádio Azteca para as homenagens a Roberto Bolaños, criador e intérprete dos personagens Chaves e Chapolin, o movimento em frente ao local ainda é tímido.
Segundo a polícia local, 2 mil pessoas se concentram na entrada principal da arena, com capacidade para cem mil pessoas. Muitos ambulantes comercializam balões com o rosto de Bolaños, assim como martelos de plástico e antenas do super-herói desastrado Chapolin.
Faixas da emissora Televisa, penduradas no estádio, exibem bordões marcantes do ator, como "Não contavam com a minha astúcia" e "Foi sem querer querendo". Por vezes, pessoas gritam "E agora, quem poderá nos defender?", ao que são respondidas pelo marcante bordão "Eu! O Chapolin Colorado!".
Um dos primeiros a chegar à porta do estádio, às 6h da manhã, foi o tatuador Ernesto Torres, 44, que levou seus dois filhos para a homenagem no Azteca. Ele diz ser fã de Chaves, pois assim como o personagem, cresceu como um menino solitário em frente à TV. Sem conhecer o pai, o seriado era sua companhia enquanto sua mãe saia para trabalhar. Com a morte de Bolaños, ele promete fazer uma tatuagem em homenagem ao ator.
A missa de corpo presente acontece a partir das 14h (horário de Brasília) deste domingo (30). A homenagem está sendo organizada pela emissora Televisa, onde Bolaños trabalhava. O SBT transmitirá a cerimônia.
O criador e intérprete dos protagonistas das séries humorísticas "Chaves" e "Chapolin", fenômeno televisivo na América Latina, em especial no Brasil -o programa é exibido há 30 anos no SBT-, passava por problemas respiratórios há muito anos e morreu na última sexta-feira (28), aos 85 anos.