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Cuba solta dissidentes presos em ato

As primeiras detenções foram feitas na terça (30)

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Publicado em 02/01/2015 às 21:02
ADALBERTO ROQUE / AFP
As primeiras detenções foram feitas na terça (30) - FOTO: ADALBERTO ROQUE / AFP
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A polícia de Cuba soltou nesta sexta-feira (2) os últimos 18 dissidentes que ainda estavam presos por participar de protestos contra o ditador Raúl Castro nesta semana.


As primeiras detenções foram feitas na terça (30), dia para o qual a artista Tania Bruguera convocou um ato cujo objetivo era deixar um microfone aberto para que os cubanos pudessem se expressar livremente na praça da Revolução, em Havana.

Segundo o presidente da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, Elizardo Sánchez, houve 80 detenções no período, sendo que 30 delas ocorreram no primeiro ato.

A última a ser libertada foi Bruguera, que havia sido transferida para uma delegacia do bairro de Diez de Octubre, na capital cubana.

Ela havia sido presa pela terceira vez na quinta (1º), em protesto que reivindicava a soltura dos opositores presos na cadeia de Calabazas. Em seguida, foi levada à delegacia, onde foi mantida sem comunicação com a família.

As libertações dos dissidentes presos em Calabazas começou durante a manhã. Dentre os soltos, está o jornalista Boris González Arenas, 38, historiador, professor de cinema e colunista do "Diario de Cuba", site independente sediado na Espanha.

O jornalista, que participaria do ato de Bruguera, foi preso no dia 30 minutos depois de sair de casa em Havana para ir ao protesto.

O pai dele, Fernando González Rey, disse à Folha que a companheira do filho só foi avisada da prisão no dia 1º, por meio da mulher de outro dissidente preso.

"Só fiquei sabendo quando uma amiga minha que mora na Espanha viu [a informação] no Diario de Cuba'. A partir daí, é que fui ligar para Havana", disse.

Segundo González Rey, que é professor de psicologia da UnB (Universidade de Brasília), esta foi a primeira vez que seu filho foi preso, apesar de já ter sido criticado por sua postura crítica.

"Boris faz um trabalho pacífico com jovens, de reflexão intelectual e crítica. Ele nunca pensou em sair de Cuba."

EUA

A sequência de prisões foi o primeiro episódio de repressão do regime cubano aos opositores após a retomada das relações com os EUA.

Na noite de quinta (1º), a presidente Dilma Rousseff elogiou o colega americano, Barack Obama, pela retomada das relações, em encontro com seu vice, Joe Biden.

Segundo relatos de participantes da conversa, Dilma disse que todos os países da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) defenderam o fim do bloqueio e a integração da ilha ao resto da América.

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