Um tribunal egípcio irá julgar pela segunda vez a partir de quinta-feira (12) os jornalistas da rede Al-Jazeera, cujas condenações de 7 e 10 anos de prisão foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal, disseram fontes judiciais, uma semana após a expulsão de um deles, o australiano Peter Greste.
Três repórteres da rede do Catar - Greste, o egípcio-canadense Mohamed Fahmy e o egípcio Baher Mohamed - foram presos em dezembro de 2013 no Cairo e acusados de "falsificar informações" para "apoiar" a Irmandade Muçulmana do presidente Mohamed Mursi, deposto em julho de 2013.
Em um primeiro julgamento, em junho de 2014, Greste e Fahmy foram condenados a sete anos de prisão, enquanto Mohamed a 10 anos. Frente ao clamor internacional sobre a prisão e condenação, a Suprema Corte anulou a sentença em 1º de janeiro de 2015 e ordenou um novo julgamento.
Funcionários do Tribunal de Recurso do Cairo, que define a agenda judiciária, anunciou à AFP que o novo julgamento seria aberto em 12 de fevereiro, mas não especificou se nesta fase Peter Greste - e Mohamed Fahmy se este for deportado - será julgado à revelia, ou se as acusações contra ele serão permanentemente abandonadas.
O presidente Abdel Fattah al-Sissi, ex-chefe do exército que derrubou Mursi, emitiu um decreto em novembro, muito oportuno, permitindo a expulsão de estrangeiros condenados ou aguardando julgamento.
Greste foi então libertado e deportado para a Austrália em 1º de fevereiro, enquanto o Fahmy aguarda para ser deportado para o Canadá.
Sua libertação tem sido anunciada como iminente há vários dias, enquanto sua advogada, Amal Clooney, pediu para encontrar o presidente Sissi para agilizar sua libertação.