Pelo menos cinco pessoas morreram nesta sexta-feira (13) em um ataque do grupo radical islâmico nigeriano Boko Haram à localidade de Ngouboua, no Chade. Este é o primeiro ataque dos extremistas ao país.
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Segundo autoridades chadianas, cerca de 30 militantes vieram da Nigéria em lanchas pelo lago Chade e iniciaram o ataque por volta das 3h locais (0h em Brasília). Eles colocaram fogo em casas e em uma base militar.
A ação dos extremistas foi controlada pelos militares, mas quatro civis e um soldado morreram. O vilarejo atacado abriga cerca de 7.000 nigerianos que deixaram seu país devido ao avanço dos extremistas.
As margens do lago Chade são divididas entre o país homônimo, a Nigéria, o Níger e Camarões. Desde janeiro, o Boko Haram vem realizando ataques em toda a região, no primeiro avanço conhecido do grupo fora do território nigeriano.
O aumento no número de ataques fora da Nigéria fez com que a União Africana aprovasse o envio de uma força composta por 7.500 soldados dos quatro países para tentar controlar o conflito.
Em resposta ao desdobramento de tropas nigerianas, camaronesas e chadianas, o líder de Boko Haram, Abubakar Shekau, publicou na segunda-feira um vídeo no YouTube apontando "a inutilidade" da força regional.
"Sua aliança não conseguirá nada. Juntem todas suas armas e nos enfrente. Damos as boas-vindas. Mandaram sete mil soldados? Por que não 70 milhões? Só sete mil? Por Alá que isso é pouco. Podemos enfrentar eles um por um".
Diante do aumento da violência, a Nigéria adiou as eleições presidenciais, que seriam realizadas no próximo domingo (14) para 28 de março.
Nesta quinta, pelo menos seis pessoas morreram e outras 12 ficaram feridas em um atentado a bomba em um mercado na cidade de Biu, no Estado de Borno. O Boko Haram, que domina a região, é o principal suspeito do ataque.