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Eleições na França: direita supera FN; novo revés socialista

Resultado dessas eleições era acompanhado com interesse, na medida em que muitos acreditam que esse é um primeiro teste para a eleição presidencial de 2017

Da AFP
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Publicado em 23/03/2015 às 7:39
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Resultado dessas eleições era acompanhado com interesse, na medida em que muitos acreditam que esse é um primeiro teste para a eleição presidencial de 2017 - FOTO: Foto: AFP
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A oposição de direita do ex-presidente Nicolas Sarkzoy lidera os resultados do primeiro turno das eleições departamentais das eleições francesas, levando por terra as esperanças da Frente Nacional (extrema direita), que esperava aparecer como o principal partido da França.

Já o Partido Socialista, do governo, que era apontado pelas pesquisas como grande derrotado, limitou suas perdas, e o conjunto da esquerda ficou em segundo lugar. O resultado dessas eleições era acompanhado com interesse, na medida em que muitos acreditam que esse é um primeiro teste para a eleição presidencial de 2017.

Segundo as estimativas dos institutos de pesquisa, o partido de direita UMP, do ex-presidente Nicolas Sarkozy, e seus aliados centristas devem conseguir entre 32,5% dos votos. A esquerda totalizaria 36,2%, contra 36,5% da direita, mas a igualdade é apenas teórica. A desunião entre o PS, a Frente de Esquerda e os ecologistas poderá privar a esquerda de um grande número de cadeiras. 

A esquerda governa atualmente em 61 departamentos. Muitos deles podem passar para a direita no segundo turno, previsto para 29 de março. A Frente Nacional, que segundo as pesquisas antes da votação conquistaria 30% dos votos, deve conseguir de 25,35%.

A FN ficou em primeiro em 43 dos 98 departamentos em disputa, no primeiro turno. De acordo com o ministério do Interior, 220 candidados de direita, 56 de esquerda, oito da FN e seis de outros partidos foram eleitos no primeiro turno.

Cerca de 43 milhões de eleitores foram convocados às urnas nessas eleições, que aconteceram em toda a França, exceto Paris e Lyon, cidades em que as funções dos conselhos departamentais são exercidas por outras instâncias. A abstenção foi inferior ao que se esperava: entre 48,5 e 49,5%. "A FN não é o principal partido político da França"

 "A Frente Nacional não é o principal partido político da França", comemorou o primeiro-ministro Manuel Valls, que pediu que a extrema direita seja enfrentada no segundo turno, pelo voto no candidato a enfrentar, seja ele de esquerda ou de direita. As pesquisas nas últimas semanas indicavam a extrema direita como a grande vencedora das eleições.

Para Valls, o resultado da maioria do Partido Socialista é "uma honra". Já a presidente da Frente Nacional, Marine Le Pen, afirmou que, diante dos resultados, o governo de Valls deve "apresentar sua demissão". O dirigente do principal partido da oposição de direita, o ex-presidente Nicolas Sarkozy, afirmou que "a alternância está em marcha" e que "nada a deterá".

Sem declarar abertamente, a FN ambicionava ganhar entre um e quatro departamentos nestas eleições. Um ano depois de seu avanço nas eleições municipais e europeias de 2014, o partido de Marine Le Pen impôs seu discurso anti-europeu, anti-sistema e anti-inmigração, sem esconder suas ambições presidenciais.

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