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Funcionário da OMS nega acusações de escravidão na Tailândia

Uma porta-voz da OMS em Bangcoc confirmou que a organização conhecia as acusações e que elas estavam sendo investigadas

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Publicado em 04/04/2015 às 14:57
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O representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Tailândia, o etíope Yonas Tegegn, negou neste sábado as acusações de escravidão feitas por uma ex-empregada doméstica.

Yonas Tegegn pediu em um comunicado que a justiça e os meios de comunicação tailandeses limpem sua honra e a de sua esposa.

"As acusações contra mim e minha família não têm fundamento. Negamos a ideia de qualquer crime", declarou Tegegn em um comunicado enviado à AFP.

Uma jovem de 25 anos apresentou na última quarta-feira uma denúncia contra seus empregadores, acusando-os de espancá-la e obrigá-la a trabalhar durante dois anos sem receber salário.

O funcionário internacional e sua mulher "foram acusados de tráfico de seres humanos, de enganar (sua funcionária) para que trabalhasse sem receber pagamento e de abusos", havia declarado à AFP o coronel Mana Tienmaugpak, responsável pelas investigações da delegacia de Pakkred, em Nonthaburi.

Ele acrescentou que no momento não havia acusações apresentadas contra o casal, mas que eles seriam interrogados.

"Nós a tratamos como um membro de nossa família, com dignidade, respeito e consideração", declarou neste sábado o funcionário, que trabalha para a OMS há 30 anos e atuou em diversos países.

O advogado da empregada doméstica, Surapong Kongchantuk, do Conselho de Advogados da Tailândia, disse que sua cliente havia trabalhado para "um representante de alto escalão da OMS" de julho de 2013 ao início de março deste ano.

"Não recebeu salário. Trabalhava das cinco da manhã à meia-noite todos os dias. Dormia em um quarto pequeno fora da casa com um cachorro. Só comia arroz e não podia se relacionar com outras pessoas", explicou o advogado à AFP.

Seus empregadores haviam prometido a ela salários mensais de 3.000 baht (92 dólares) que nunca foram pagos.

A funcionária conseguiu fugir ao ser resgatada na rua depois de tentar se suicidar e foi ajudada por uma ONG local, explicou Surapong.

Uma porta-voz da OMS em Bangcoc confirmou que a organização conhecia as acusações e que elas estavam sendo investigadas.

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