Em intervenção no Fórum da Liberdade Civil, na Cúpula das Américas, nesta sexta (10), Barack Obama disse que acabaram os "tempos em que a agenda dos EUA nesse hemisfério quase sempre presumia uma interferência nossa na América Latina".
Porém o presidente norte-americano acrescentou que seu país irá ajudar os "calados" e os "vulneráveis".
Leia Também
Em discurso contundente, que arrancou mais de uma vez aplausos acalorados, Obama disse que, "se vocês forem silenciados, tentaremos falar por vocês e junto com vocês. E se vocês forem reprimidos, nós ajudaremos a fortalecer vocês."
Pouco antes de sua fala, cubanos apoiadores de Raúl Castro deixaram o recinto em protesto ao que consideravam apoio do presidente norte-americano aos dissidentes.
Obama falou a uma plateia lotada, na qual estavam presentes movimentos sociais, que incluíam dissidentes cubanos e venezuelanos.
"Queremos que sejam os cubanos os que decidam qual é o melhor caminho para a sua prosperidade."
Além disso, chamou a atenção de outros países. "Espero que todos os países presentes aqui se juntem a nós e percebam como é importante nos apoiar nisso."
Disse, ainda, que "às vezes é difícil, mas é importante falar honestamente e candidamente em defesa de pessoas que são vulneráveis e que têm pouco poder, pessoas que estão sem voz."
O dirigente acrescentou que, "como norte-americanos, sempre iremos representar certo grupo de valores sentimentais" e que, com vários países da América Latina, será necessário passar por um "processo de normalização".
Obama disse que se sentiu especialmente inspirado após a celebração dos 50 anos da marcha de Martin Luther King na cidade de Selma, Alabama.
"Eles tiveram a visão de uma sociedade mais inclusiva e generosa. E a única razão pela qual eu estou aqui como presidente dos EUA é porque aquelas pessoas comuns -empregadas, professores- trabalharam muito por mim. Por isso acredito tanto no trabalho que vocês fazem."
E acrescentou: "Estamos fazendo isso não porque seja nosso interesse, mas porque é importante."