Mumbai

Enfermeira indiana estuprada em 1973 morre após passar 42 anos em coma

Caso de Aruna Shanbaug, que comoveu a opinião pública na época, levou as autoridades a flexibilizarem a legislação indiana sobre a eutanásia

Da AFP
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Da AFP
Publicado em 18/05/2015 às 9:12
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Uma enfermeira indiana, em estado de coma durante 42 anos, após ter sido estuprada em 1973, faleceu nesta segunda-feira em um hospital de Mumbai.

O caso de Aruna Shanbaug, que comoveu a opinião pública na época, levou as autoridades a flexibilizarem a legislação indiana sobre a eutanásia.

Aruna Shanbaug havia sofrido um profundo dano cerebral depois de ter sido estrangulada com uma coleira para cachorros e estuprada por um funcionário do hospital onde trabalhava.

Shanbaug, que morreu aos 66 anos, sofria de uma pneumonia e havia sido colocada sob respiração artificial, explicou um comunicado do King Edward Hospital de Mumbai.

Shanbaug, estuprada no subsolo do hospital, foi encontrada 11 horas após a agressão, que provocou sérias lesões cerebrais e a deixou cega. A vítima passou 42 anos em estado vegetativo em uma cama de hospital, enquanto seu agressor foi libertado após sete anos de prisão.

Em 1999, a jornalista Pinki Virani, amiga da vítima, apresentou um recurso à Suprema Corte da Índia pedindo que a vida de Shanbaug fosse abreviada para que ela pudesse morrer com dignidade.

Mas o Tribunal rejeitou a demanda dizendo que ela não tinha o direito de fazer este pedido. No entanto, em 2011 o Tribunal autorizou a eutanásia passiva em alguns casos excepcionais desde que a demanda fosse formulada pela família e supervisionada pelo corpo médico e a justiça.

"Sua morte real ocorreu em 1973 (data do estupro). Agora ocorreu sua morte legal", disse Pinki Virani. "Nossa Aruna lega ao nosso país uma grande contribuição na forma de uma lei sobre a eutanásia passiva", acrescentou Virani.

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