Algumas autoridades iranianas com acesso a informações confidenciais não poderão usar smartphones para uso profissional, a fim de evitar o risco de espionagem, informou neste sábado um funcionário da defesa civil.
Estas declarações ocorrem após autoridades suíças e austríacas indicarem na quinta-feira que abriram investigações por suspeitas de espionagem informática em hotéis onde ocorrem as negociações sobre o programa nuclear iraniano, sendo Israel apontado por especialistas como culpado.
"Os funcionários que têm acesso a informações classificadas não deverão usar smartphones, mas outros telefones para uso profissional", declarou o general Gholamreza Jalali, citado pela agência de notícias ISNA.
"Há sempre uma cópia das informações que são inseridas em um smartphone, e de alguma forma a empresa que fabrica o dispositivo pode ter acesso a essa informação", disse Jalali.
Ele acrescentou que esta "diretiva" estava em preparação, sem especificar quando seria implementada.
Nos últimos anos, o Irã tem sido alvo de vários ataques cibernéticos, especialmente contra seu programa nuclear, incluindo pelos vírus Duqu e Stuxnet.
Stuxnet, desenvolvido pelos Estados Unidos ou Israel, atacou no outono de 2010 o programa nuclear iraniano, especialmente suas centrífugas usadas para enriquecimento de urânio, para tentar diminuir os esforços de Teerã em seu programa nuclear.
"Stuxnet era a arma mais perigosa que tinha a capacidade de destruir instalações nucleares (...) mas felizmente nós conseguimos controlar e neutralizar o vírus", afirmou o funcionário iraniano.