Europa

França é espionada mas também espiona, diz imprensa

Plano de 700 milhões de euros em cinco anos foi colocado em prática pelos serviços de inteligência para instalar estações de interceptação em vários pontos da costa francesa

Da AFP
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Publicado em 01/07/2015 às 8:50
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Plano de 700 milhões de euros em cinco anos foi colocado em prática pelos serviços de inteligência para instalar estações de interceptação em vários pontos da costa francesa - FOTO: Foto: AFP
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A França, alvo de escutas americanas, segundo revelações recentes dos meios de comunicação, também espiona as comunicações entre a Europa e o resto do mundo que transitam pelos cabos submarinos, afirma nesta quarta-feira o semanário francês L'Obs.

No início de 2008, o então presidente Nicolas Sarkozy autorizou os serviços secretos externos (DGSE) a instalar estações clandestinas na costa francesa para grampear os cabos submarinos, afirma o l'Obs, citando "testemunhos anônimos de várias autoridades atuais e antigas".

Seu sucessor François Hollande, eleito em 2012, autorizou posteriormente os mesmos serviços a estender suas operações e legalizou discretamente estas ações através de uma lei sobre os serviços de inteligência, adotada em 24 de junho, acrescenta o jornal.

Um plano de 700 milhões de euros em cinco anos (2008-2013) foi colocado em prática pelos serviços de inteligência para instalar estações de interceptação em vários pontos da costa francesa. Estas escutas foram feitas com a cumplicidade de grandes empresas, segundo o semanário.

"Ao menos cinco cabos principais foram colocados sob escuta durante este período com a ajuda do operador de telecomunicações Orange e do grupo Alcatel-Lucent, entre eles o TAT14 em direção aos Estados Unidos, o I-Me We em direção à Índia, o Sea-Me-We 4 para a Ásia do Sudeste e o ACE para a África do oeste", sustenta o L'Obs. A DGSE também assinou um acordo secreto de cooperação com o serviço de inteligência britânico GCHQ no âmbito de um tratado de defesa assinado em 2010 entre os dois países, segundo o jornal.

Tudo isso "explica a surpreendente moderação (de Sarkozy e de Hollande) após a revelação de sua colocação sob escuta pela NSA" americana, acrescenta. Os três últimos presidentes franceses foram espionados pelos Estados Unidos de 2006 a 2012, segundo documentos do WikiLeaks publicados em 24 de junho por dois meios de comunicação franceses, o site Mediapart e o jornal Libération.

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