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Volkswagen diz que não há provas de manipulação nas emissões de CO2

A empresa também indicou que, até o momento, não se confirmou o possível impacto negativo em suas contas

Da AFP
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Publicado em 09/12/2015 às 19:00
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A Volkswagen afirmou nesta quarta-feira (9) que não existem provas de manipulação dos dados de emissão de CO2 de milhares de veículos, ao contrário do que a própria montadora havia anunciado há algumas semanas.

"Depois de realizar controles internos e medidas exaustivas, ficou estabelecido que, em quase todos os modelos, as emissões de CO2 correspondem aos valores indicados nas características técnicas", afirma a empresa em um comunicado.

"Não se confirmou a suspeita de que foram alterados ilegalmente os números de consumo de combustível", completa a Volkswagen, que comercializa 12 marcas.

A empresa também indicou que, até o momento, não se confirmou o possível impacto negativo em suas contas, avaliado inicialmente em dois bilhões de euros.

Envolvida em um escândalo mundial por ter manipulado 11 milhões de carros para adulterar os resultados dos testes de contaminação, a Volkswagen anunciou no início de novembro o resultado de uma investigação interna, segundo a qual existiam milhares de veículos com emissões de CO2 inferiores ao indicado - algo que agora desmente.

Na ocasião, a montadora afirmou que o caso poderia afetar 800.000 veículos, incluindo automóveis a gasolina, e que poderia custar até dois bilhões de euros.

O fim dessas suspeitas também afasta um possível delito de fraude fiscal, porque, na Alemanha, os impostos pela circulação de veículos estão relacionados desde 2009 com o nível de emissões de CO2.

A Volkswagen afirmou, entretanto, que foram detectados nos controles "pequenos desvios das medidas [de CO2] somente nos novos modelos da marca Volkswagen" e que representam 0,5% da produção anual.

Esses modelos serão examinados por um serviço técnico independente para comprovar se existem pequenas variações em relação à informação das fichas técnicas. Os veículos das marcas Audi, Skoda e Seat também serão inspecionados.

Após o anúncio, revelado em primeiro lugar pelo jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, as ações da Volkswagen dispararam na Bolsa de Frankfurt.

"É uma boa notícia sobre a questão do CO2 e sobre seu possível custo financeiro", disse o analista Michael Punzet, do DZ Bank, que advertiu que as informações contraditórias "podem afetar negativamente" a imagem do grupo.

Não se sabe até agora os custos desse escândalo para o grupo alemão, que deve fazer o recall de milhões de veículos a partir de janeiro e poderá ter de lidar com indenizações, processos judiciais e multas.

A Volkswagen reservou 6,5 bilhões de euros para enfrentar esses gastos, uma decisão que fez cair seus resultados no último trimestre pela primeira vez em 15 anos.

O novo diretor do grupo, Matthias Müller, e Hans-Dieter Pötsche, presidente do conselho de supervisão, darão uma entrevista coletiva na quinta-feira em Wolfsburg, onde fica a sede da empresa, para falar sobre o caso dos motores com software que adulterava resultados.

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