Israel

Tiroteio em Tel Aviv deixa dois mortos e sete feridos

Uma intensa caça foi lançada no movimentado centro de Tel Aviv para encontrar o autor dos disparos

Da AFP
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Publicado em 01/01/2016 às 13:35
Foto: JAAFAR ASHTIYEH / AFP
Uma intensa caça foi lançada no movimentado centro de Tel Aviv para encontrar o autor dos disparos - FOTO: Foto: JAAFAR ASHTIYEH / AFP
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Um homem matou duas pessoas e semeou o terror nesta sexta-feira (1) no centro de Tel Aviv ao abrir fogo contra clientes que estavam em um pub e em um café.

A polícia tem sido prudente sobre os motivos deste tiroteio, que ocorre em meio à onda de ataques anti-israelenses de palestinos e em um contexto de ameaças jihadistas.

"A investigação está em curso para saber se o incidente é criminoso ou terrorista", declarou seu porta-voz Micky Rosenfeld.

Uma intensa caça foi lançada no movimentado centro de Tel Aviv para encontrar o autor dos disparos.

Clientes de dois estabelecimentos foram os alvos do ataque cometido no início da tarde, provavelmente com uma arma automática.

O agressor começou abrindo fogo contra os clientes sentados em mesas na frente de um pub, segundo testemunhas. Este foi o local onde as duas vítimas fatais foram atingidas.

Um amontoado de cadeiras viradas e cacos de vidro refletiam o pânico que tomou conta dos clientes.

O homem supostamente continuou seu caminho na mesma calçada e voltou a disparar sua arma 150 metros depois contra um segundo estabelecimento, onde muitas pessoas aproveitavam as horas antes do Shabat ao longo desta avenida muito frequentada da capital econômica e cultural de Israel.

Além dos dois mortos, sete pessoas ficaram feridas, segundo os serviços de resgate.

 

'Pensei em Paris'

"Eu ouvi tiros, me virei e vi todos correrem para o fundo do café. Ouvi gritos e vi o homem que estava atirando. Ele era moreno, vestia um suéter cinza e fugiu", relatou Alexander Lambez, um turista francês, sentado em um restaurante em frente ao café.

"Pensei imediatamente (nos ataques de novembro) em Paris e no Bataclan", afirmou.

Tel Aviv teve a sua quota de ataques palestinos durante a segunda intifada de 2000 a 2005. Mas a cidade estava relativamente calma desde o início da atual onda de ataques de palestinos, em sua maioria com facas.

Até agora, Israel tem sido poupado de ataques do grupo Estado Islâmico (EI), que, no entanto, proferiu ameaças explícitas nas últimas semanas ao país.

O EI "não esqueceu em momento algum a Palestina", dizia uma gravação de áudio postada on-line no final de dezembro e atribuída ao líder do grupo jihadista, Abu Bakr al-Baghdadi.

As palavras do porta-voz da polícia indicam, no entanto, que outras hipóteses estão sendo investigadas.

No local, a confusão reinava, com centenas de policiais vasculhando ruas e edifícios, aparentemente convencidos de que o autor do tiroteio ainda poderia estar escondido nas proximidades.

 

'Um milagre'

A dona de um salão de cabeleireiro nas proximidades, Osnat David, recusava-se a sair porque não queria "ver corpos e sangue", disse, em choque, apesar de já ter experimentado vários ataques no passado.

Osnat David atendia seus clientes quando ouviu "tiros, gritos e choros". "Eu me armei com uma tesoura. Meus clientes e eu nos escondemos, sem fazer barulho. Nós nem sequer tivemos tempo para fechar a loja", relatou.

"Tudo isso durou cerca de 20 minutos. Dois minutos antes, eu estava fora fumando um cigarro. É um milagre. Se eu tivesse ficado lá fora, eu estaria morta agora", acrescentou.

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