Decisão

Corte egípcia recomenda sentença de morte a jornalistas da Al-Jazeera

Os dois funcionários são acusados de supostamente passarem documentos relacionados à segurança nacional do país para o Catar

Do Estadão Conteúdo
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Publicado em 07/05/2016 às 16:30
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Os dois funcionários são acusados de supostamente passarem documentos relacionados à segurança nacional do país para o Catar - FOTO: Foto: Reprodução/Internet
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Um tribunal egípcio recomendou neste sábado a sentença de morte para seis pessoas, incluindo dois funcionários da Al-Jazeera, por supostamente passarem documentos relacionados à segurança nacional do país para o Catar e para emissora de TV com base em Doha durante o exercício do presidente Mohammed Morsi. 

O veredicto sobre Morsi, deposto pelo exército em julho de 2013 depois de um ano no poder, e quatro outros réus no caso, será anunciado em 18 de junho, de acordo com o juiz Mohammed Shirin Fahmy. Dois importantes assessores de Morsi estão entre os que serão julgados com ele.

Os dois funcionários da Al-Jazeera - identificados pelo juiz como o produtor Alaa Omar Mohammed e o editor Ibrahim Mohammed Hilal - foram sentenciados em revelia, juntamente com Asmaa al-Khateib, que trabalhou para Rasd, emissora amplamente suspeita de ter ligações com a Irmandade Muçulmana de Morsi. 

"A emissora Al-Jazeera rejeita as alegações absurdas de que eles (Mohammed e Hilal) colaboravam com o governo eleito de Mohammed Morsi", disse o porta-voz da Al-Jazeera em email enviado à Associated Press.

As relações do Egito com o Catar ficaram estremecidas desde a derrubada de Morsi, que desfrutava de suporte do pequeno e rico país do Golfo Pérsico. Cairo acusa ainda a cobertura jornalística da Al-Jazeera no Egito e outras partes do Oriente Médio de favorecer grupos militantes muçulmanos.

No ano passado, o presidente Abdel-Fattah el-Sissi perdoou dois jornalistas detidos do canal de notícias em inglês da Al-Jazeera.

Mohamed Fahmy, canadense nascido no Egito, e o egípcio Baher Mohamed foram detidos em dezembro de 2013. Eles foram sentenciados no ano passado a três anos em prisão por veicularem o que a corte descreveu como "notícias falsas" e uma cobertura a favor da Irmandade Muçulmana.

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