ISRAEL

Netanyahu chega a acordo e ultranacionalista assume Ministério de Defesa

Adição de Avigdor Lieberman move o governo mais à direita numa altura em que a comunidade internacional está cética sobre as perspectivas de uma solução para o conflito entre israelenses e palestinos

Estadão Conteúdo
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Publicado em 25/05/2016 às 11:37
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Adição de Avigdor Lieberman move o governo mais à direita numa altura em que a comunidade internacional está cética sobre as perspectivas de uma solução para o conflito entre israelenses e palestinos - FOTO: Foto: GALI TIBBON / AFP
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, chegou a um acordo nesta quarta-feira (24) para expandir sua coalizão governista e nomeou o deputado Avigdor Lieberman para a posição poderosa de ministro de Defesa.

A adição de Lieberman move o governo mais à direita numa altura em que a comunidade internacional está cética sobre as perspectivas de uma solução de dois Estados para o conflito de décadas entre israelenses e palestinos.

Netanyahu, que tem uma maioria de 61 assentos no parlamento israelita do total de 120 assentos, conhecido como Knesset, tem procurado reforçar a sua base política, trazendo Lieberman do partido ultranacionalista Yisrael Beiteinu para sua coalizão conservadora.

Netanyahu disse que o partido de Lieberman gostaria de acrescentar seis lugares para a coalizão de governo, ampliando sua maioria a 67. O partido Likud de Netanyahu detém 30 assentos na coligação.

"Junto com os chefes das forças de segurança, vamos continuar a manter a segurança dos cidadãos de Israel com determinação e responsabilidade", disse Netanyahu.

A mídia israelense caracteriza o governo de Netanyahu como o mais direitista da história de Israel desde que foi reeleito em março passado. Um número de legisladores israelenses atuais é contra a criação de dois Estados e vivem em assentamentos judeus na Cisjordânia.

Analistas políticos israelenses dizem que a nomeação de Lieberman poderia prejudicar os esforços de paz entre israelenses e palestinos em curso, devido à sua posição radical na segurança e nos comentários depreciativos sobre palestinos.

A última rodada de conversações de paz mediadas pelos EUA foi frustrada em 2014 e autoridades dos EUA, da União Europeia e da Organização das Nações Unidas (ONU) tornaram-se cada vez mais incertas sobre se Netanyahu está comprometido com uma solução para o conflito.

Entre as medidas estipuladas por Lieberman para aceitar o cargo estão o aumento dos direitos sociais para imigrantes russos em Israel e a introdução da pena de morte em casos de terrorismo. Não se sabe imediatamente se suas exigências foram atendidas.

"O tópico mais importante [hoje] é a segurança dos cidadãos israelenses", disse Lieberman, nascido na antiga União Soviética e um colono na Cisjordânia ocupada, disse na coletiva de imprensa.

O ex-ministro da Defesa Moshe Ya'alon renunciou na sexta-feira de seu cargo que é considerado a segunda posição mais importante do governo de Israel, em meio a manobras políticas de Netanyahu. Ele citou uma falta de fé no primeiro-ministro e advertiu sobre "elementos extremistas" na política israelense. Fonte: Associated Press.

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