ESTADOS UNIDOS

Polícia mata homem negro e reacende debate racial nos Estados Unidos

Na véspera, outro homem negro foi abatido pela polícia na Louisianna (sul), em um caso pelo qual foi aberta uma investigação

AFP e ABr
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Publicado em 07/07/2016 às 9:37
Foto: Reprodução de vídeo / Facebook
Na véspera, outro homem negro foi abatido pela polícia na Louisianna (sul), em um caso pelo qual foi aberta uma investigação - FOTO: Foto: Reprodução de vídeo / Facebook
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O homem, de 32 anos e identificado por sua família como Philando Castile, funcionário de um refeitório escolar, morreu na noite de quarta-feira após uma blitz na cidade de Falcon Heights, indicou a polícia.

Sua namorada gravou com o telefone celular os últimos momentos do jovem depois de ser baleado. Sua filha pequena também estava no carro.

"Meu Deus, não me digam que morreu, não me digam que meu namorado foi embora assim... Foi atingido por quatro tiros, senhor", afirma a mulher no vídeo, divulgado ao vivo no Facebook Live e visualizado mais de 1,7 milhão de vezes.

Nele é possível ver o homem no assento do motorista com manchas de sangue na blusa.

No vídeo, a mulher, que se identifica como Lavish Reynolds em sua página do Facebook, explica que seu namorado estava procurando os documentos quando o policial atirou no braço.

Castile tinha porte de arma de fogo, e estava procurando sua licença e os documentos de seu veículo quando a polícia atirou, segundo ela.

A polícia, por sua vez, disse que a morte estava sendo investigada e que no lugar do incidente foi encontrado um revólver.

Castile "estava tentando tirar seu documento de identidade e sua carteira do bolso. Disse ao agente que tinha uma arma de fogo e que ia pegar sua carteira, e então o policial atirou no seu braço", disse Reynolds no vídeo.

Segundo ela, o agente, que ainda não foi identificado, era "chinês". Também explica que o veículo foi parado por uma luz de farol queimada, e que havia maconha no carro.

No vídeo é possível ver o homem no assento e o policial apontando a arma contra ele, do outro lado da janela.

"Eu disse a ele para não pegá-la. Falei para colocar as mãos para o alto!", grita o policial no vídeo.

No Facebook foi criado uma página intitulada "Justiça para Philando Castile", na qual se afirma: "Philando Castile morreu pelas mãos da polícia no dia 6 de julho de 2016. Exigimos justiça".

Perto do fim do vídeo, de 10 minutos de duração, a filha de Reynolds, de quatro anos, tenta tranquilizar a mãe aterrorizada.

"Esta tudo bem, mamãe", diz a menina. "Está tudo bem, estou aqui com você".

Dois dias antes, em Baton Rouge, capital de Louisiana, Alton Sterling, negro de 37 anos, foi assassinado pela polícia, que o baleou na certeza de que ele estava armado.

"Episódios como esse minaram a confiança entre os departamentos de polícia e as comunidades às quais servem", afirmou nessa quarta-feira a candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton.

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