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Regime e rebeldes sírios preparam batalha final de Aleppo

No domingo, uma aliança de rebeldes e jihadistas anunciou o início da batalha para se apoderar da totalidade de Aleppo

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Publicado em 08/08/2016 às 10:17
Foto: Omar haj kadour / AFP
No domingo, uma aliança de rebeldes e jihadistas anunciou o início da batalha para se apoderar da totalidade de Aleppo - FOTO: Foto: Omar haj kadour / AFP
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O regime e os grupos rebeldes enviavam nesta segunda-feira (8) importantes contingentes ao front de Aleppo, a segunda cidade síria, para uma batalha que pode ser determinante para a guerra que devasta o país.

No domingo (7), uma aliança de rebeldes e jihadistas anunciou o início da batalha para se apoderar da totalidade de Aleppo, depois de ter aplicado um duro revés ao regime nesta cidade do norte do país.

Os insurgentes romperam três semanas de cerco imposto pelo regime aos seus bairros no leste de Aleppo, em uma contraofensiva que lhes permitiu cercar parcialmente os bairros do oeste, controlados pelo regime nesta cidade dividida desde 2012.

Esta vitória representa um dos poucos êxitos dos rebeldes nos últimos anos frente ao regime, em um conflito devastador e complexo que deixou mais de 280.000 mortos desde 2011 e obrigou milhares de pessoas a abandonar seus lares.

Diante da aviação do regime, do apoio dos ataques aéreos russos e dos combatentes iranianos e do Hezbollah libanês, os rebeldes apoiados por jihadistas utilizaram com êxito veículos carregados de explosivos e terroristas suicidas para abrir buracos no sistema de defesa do regime.

Segundo o diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman, tanto o regime quanto os rebeldes enviaram reforços a Aleppo e aos seus arredores.

"Dois mil combatentes pró-regime, sírios, iranianos, iraquianos e do Hezbollah libanês chegaram a Aleppo através da rota de Castello, ao norte da cidade", procedentes do centro do país, disse.

Um funcionário de segurança de alto escalão de Damasco confirmou à AFP a chegada de reforços.

"A guera não se deterá"

Os rebeldes, por sua vez, receberam reforços de combatentes uigures (muçulmanos) chineses, procedentes da província vizinha de Idleb e da campanha de Aleppo, segundo o OSDH.

Os aviões sírios e russos continuaram, enquanto isso, bombardeando os bairros rebeldes e as posições dos insurgentes ao sul de Aleppo, assim como na cidade de Idleb, reduto rebelde.

Os dois campos se preparam para a batalha, de grande importância para ambos, assim como para seus aliados no exterior. Rússia e Irã apoiam o regime, enquanto os ocidentais, Turquia e Arábia Saudita defendem os rebeldes.

"Não importa quem vencer, a guerra não se deterá. No entanto, é uma etapa importante cujo resultado orientará a trajetória do conflito", estima Thomas Pierret, especialista da Síria.

"Se os rebeldes vencerem, ocorrerá uma divisão do país, com o regime no Golã, Damasco, Homs e na costa", explica este professor da Universidade de Edimburgo.

"Se os leais (ao regime) ganharem, a insurreição recuará à província de Idleb, dominada por Ahrar al Sham e Fateh al Sham".

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